Em meio a uma disputa de encomendas (na verdade bilhões de dólares em caixa) ocorrida no Farnborough Airshow 2018, a Boeing conseguiu fechar o maior número de contratos e também de encomendas firmes.

No total, entre intenções de compra e pedidos firmes, a Boeing e a Airbus acumularam mais de 1100 aviões em apenas quatro dias, no caso da Boeing ela ganhou a disputa pois conseguiu 673 encomendas, enquanto a Airbus obteve apenas 431 encomendas, com 93 pedidos firmes.

A Airbus culpou esse desempenho das encomendas firmes ao sigilo em torno do nome dos compradores à guerra comercial que deixou algumas companhias nervosas sobre terem suas marcas associadas aos Estados Unidos ou a outras potências econômicas. Na realidade sabemos que as companhias prezam por discrição muitas vezes, ao não revelar para os concorrentes a sua estratégia.

Todos esses pedidos da Boeing acumulados, mais os contratos firmados na área de serviços, tem valor total de US$ 100 bilhões. Com certeza é algo bastante elevado e já garante o equivalente à um ano de receita para a fabricante norte-americana.

A Boeing também aproveitou para elevar a sua previsão de longo prazo (20 anos) para aviões comerciais. O aumento do tráfego de passageiros e as aposentadorias futuras de aeronaves estimulam a necessidade de 42.730 novos jatos – avaliados em US$ 6,3 trilhões – nos próximos 20 anos.

O destaque da Boeing neste evento foi o 737 MAX 10, que já registra mais de 500 pedidos depois que algumas companhias decidiram encomendar mais 110 unidades do mesmo, incluindo a GOL Linhas Aéreas aqui do Brasil, que converteu parte da sua encomenda anterior para levar 30 aviões dessa variante. Isso mostra que o 737 MAX 10 tem força contra o A321neo, apesar do jato da Airbus levar 10 passageiros a mais e ter maior alcance em comparação com o avião da Boeing.

Esse também foi o evento aeronáutico em que a Boeing mais recebeu pedidos para versões cargueiras de aeronaves, incluindo o sucesso do 777F e do 747-8F, com complementos de 737-800 que serão convertidos em cargueiros. A Airbus não conseguiu acompanhar esse desempenho da Boeing, visto que só oferece o A330F como cargueiro no seu portfólio de produtos.