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Depois da Embraer, Boeing acusa Bombardier de práticas comerciais desleais

A Boeing apresentou uma petição legal nos Estados Unidos acusando a Bombardier de praticar atos desleais no mercado americano para aumentar a sua participação, em uma ação conhecida como Dumping, que é quando uma empresa vende um produto por um preço muito abaixo do preço de mercado para prejudicar as concorrentes e consequentemente aumentar sua participação.

A petição foi apresentada ao Departamento de Comércio dos EUA e também para a Comissão de Comércio Internacional dos EUA, segundo a Boeing. Ambas as instituições tem grande peso na OMC, Organização Mundial do Comércio, onde o Brasil apresentou anteriormente uma petição sobre os subsídios do governo canadense que beneficiam o programa C-Series da empresa Bombardier, neste último caso a Bombardier poderia ter recebido até 3 bilhões dólares de apoio governamental.

“A Bombardier embarcou em uma campanha agressiva para vender as aeronaves CSeries para o mercado norte-americano com preços absurdamente baixos, menos de US$ 20 milhões, sendo que esses aviões custam US$ 33 milhões para produzir, com base em informações publicamente disponíveis”, disse Boeing.

“Notadamente, estão vendendo a aeronave para os Estados Unidos com preços que muito inferiores aos cobrados no Canadá, a própria definição de dumping”, completou a centenária Boeing. Em tabela uma aeronave CSeries custa de 79,5 a 89,5 milhões de dólares.

“O CSeries recebeu apoio governamental extenso, totalizando mais de US$ 3 bilhões até agora. A Bombardier lançou o programa em 2005 com centenas de milhões de dólares dos governos canadense, Quebec e Reino Unido, e tem recebido apoio adicional do governo a cada passo do projeto, incluindo US$ 2,5 bilhões em 2015 do governo do Quebec”, disse a Boeing no documento.

Para a Boeing isso apresenta uma ameaça de mercado, visto que a aeronave canadense em sua versão CS300 compete diretamente com o 737-700 e 737 MAX 7, que são produzidos nos Estados Unidos, para o Brasil essa aeronave compete com o E195 E2 da Embraer, produzido em território brasileiro.

No ano passado a Delta fechou um contrato com a Bombardier para encomendar até 125 aeronaves na Bombardier, ainda não está claro se o valor que a Boeing citou de venda por aeronave é relativo as encomendas realizadas pela Delta ou são encomendas de outras companhias aéreas.

O posicionamento da Boeing em relação as ajudas financeiras recebidas pela Bombardier é similar ao do Brasil, que no final de 2016 encaminhou um documento para Organização Mundial do Comércio (OMC) contra o Canadá.

O pedido brasileiro para a OMC destaca uma vasta gama e quantidade massiva de subsídios, somando mais de US$ 4 bilhões, oferecidos pelos governos nacional, provincial e locais do Canadá à Bombardier, concorrente da Embraer no setor de jatos comerciais. Somente em 2016, foram aportados recursos públicos da ordem de US$ 2,5 bilhões à fabricante canadense.

 

Via – FlightGlobal

 

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