Antes de terminar 2017, a Força Aérea dos EUA divulgou mais detalhes de como será a remotorização do bombardeiro B-52H.
Atualmente o veterano B-52 é equipado com oito motores Pratt & Whitney TF33, cada um com capacidade para gerar 17000 libras de potência e consumir outros tantos de combustível.
O motor Pratt & Whitney equipa o bombardeiro B-52 desde 6 de março de 1961, e durante todo esse tempo funcionou com a confiabilidade necessária para uma aeronave desse porte.
A proposta de substituir os motores e manter o B-52 voando por mais 30 anos, pelo menos, é vista como mais um reforço na confiabilidade do equipamento, mesmo após os Estados Unidos criarem bombardeiros modernos como o B-1, B-2 e agora o B-21, que está sendo desenvolvido pela Northrop. Além disso facilita a manutenção e aumenta a autonomia de voo da aeronave.
Entre as fabricantes que já demonstraram interesse em remotorizar o B-52 estão a GE Aviation, Pratt & Whitney e a Rolls-Royce. Anteriormente a Boeing propôs trocar os oito motores TF33 por oito motores que equipam jatos regionais, com potência rodando entre 17000 a 19000 libras, assim não precisaria de nenhuma modificação estrutural de grande proporção.
Mas de acordo com o último documento publicado pela USAF o planejamento agora não inclui uma outra versão atualizada dos motores TF33, assim como sugerido pela Pratt & Whitney. Dessa forma a USAF está tendendo para as propostas apresentadas pela GE e Rolls-Royce
Isso porque o TF33 não seria capaz de reduzir o consumo de combustível do bombardeiro em até 40%, algo que também afeta a autonomia do avião que já é excelente.
Ao mesmo tempo a Força Aérea Americana lançou um plano para adquirir 608 novos motores para equipar 76 bombardeiros do modelo B-52H, o que tem a motorização mais atualizada. Com certeza esse contrato com a USAF custará alguns bilhões de dólares.
As empresas agora precisam apresentar suas propostas de acordo com as exigências da USAF. Os novos motores não devem alterar o desempenho da decolagem da aeronave, nem a capacidade de transporte de bombas. Os motores também precisam suprir a demanda por energia elétrica do B-52H, que é tida como crítica pelos engenheiros.
A contratação das modificações pode se arrastar por pelo menos 5 anos, visto que em 2018 a USAF recebeu somente dinheiro para prosseguir com o projeto, e não para a renovação dos aviões. A perspectiva dos militares é permitir que o B-52 opere pelo menos até 2050.
As modificações nos B-52H listados em contrato deverão ser concluídas até 2029, as aeronaves deverão estar totalmente em serviço até 2035. Mas a disponibilidade nesse período deverá ser boa, a substituição será feita gradualmente na frota, para evitar um desfalque de aviões na Força Aérea Americana.
GE
Com essas novas especificações a GE ganha vantagem na competitividade. A empresa já conta com o motor GE CF34 -10, um modelo similar ao que equipa o jato E190 da Embraer, derivado do motor que equipa o caça A-10.
A GE Aviation relatou que é capaz de fazer um plano de remotorização do B-52, além de fornecer o motor CF-34 com 18 mil lbs de empuxo. Esse motor seria desenvolvido a partir do TF34, que equipa o A-10 Thunderbolt, por exemplo.
Também há uma proposta para substituir os motores do B-52 por quatro CF6, na versão militar TF39, o mesmo turbofan que equipa os jatos C-5 Galaxy, da Lockheed Martin. O motor CF6 já é bem confiável e bastante utilizado no meio aeronáutico.
Outro motor que está em alta é o confiável CFM 56, já conhecido em todo o mundo e que também equipa aviões militares da USAF, como o KC-135. O CFM 56 é capaz de fornecer até 34,000 lbf de empuxo, em uma configuração com 4 motores, já em uma configuração de 8 motores a GE pode optar pela versão que equipa o 737-600, com 19,500 lbf.
Em ambos os motores a GE não vê problemas para o fornecimento de peças sobressalentes.
GE CF-34 – Configuração de 8 motores (maior gasto de combustível).
GE CF6 – Configuração de 4 motores (maior dificuldade de adaptação e menor gasto de combustível).
GE/CFM 56 – Configuração de 4 ou 8 motores (maior economia na configuração de 4 motores).
Pratt & Whitney
Quase fora da competição, a P&W pode apostar em outra família de motores, como os PW6000, que equipa o Airbus A318, ou convencer os militares que é melhor usar o PW800 e até mesmo o PW1000G.
Além disso a fabricante também pode optar por algo já fora de linha, como o PW JT9D.
Rolls-Royce
A Rolls-Royce já considera usar o motor RB211, com um arranjo de quatro motores, adaptados para o B-52. O motor RB211 é utilizado no Boeing 757, Lockheed Tristar, Boeing 767 e no Boeing 747-200/300/400. No Boeing 757, que é a versão preterida para o B-52, esse motor pode gerar até 43100 lbf de empuxo, em uma configuração de 4 motores.
Assim como a GE, a Rolls-Royce tem outra opção para oferecer, é o motor baseado na série BR700, esse equipa os jatos da Gulfstream, que estão entre os mais eficientes do mundo, além do C-37A, uma versão de transporte militar do Gulfstream V. As alternativas para o B-52 são os motores das séries BR715 e BR725, com capacidade de produzir um empuxo de até 21000 lbf, equivalente ao motor CF34 da GE.
RR RB211 – Configuração de 4 motores (maior dificuldade de adaptação e menor gasto de combustível).
RR BR700 – Configuração de 8 motores (maior gasto de combustível).
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