Primeiro satélite que analisa poluição do planeta já está retornando dados

A Agência Espacial Europeia (ESA) divulgou as primeiras imagens da análise de poluição feitas pelo primeiro satélite enviado exatamente para isso, o Sentinel-5P, que foi lançado em outubro deste ano para a órbita baixa.

As imagens apresentadas pelo satélite são baseadas em um espectrômetro de imagens, os instrumentos responsáveis pela análise fazer isso através de uma análise de gases da atmosfera, capaz de detectar o dióxido de nitrogênio, o ozônio, o monóxido de carbono, o metano, o formaldeído, o dióxido de enxofre.

O sensor nomeado de Tropomi é de alta resolução, e consegue especificar a origem do problema em uma cidade, já que sua resolução mínima é de 7×3,5 km², ou seja, o aparelho é capaz de analisar uma área de 7 km de comprimento por 3,5 km de largura.

Poluição em Nova Delhi, na Índia. A cor vermelha representa as áreas mais críticas.

Pela altíssima resolução do satélite, diariamente ele envia 640 gb de dados para os cientistas da ESA, cobrindo todo o planeta Terra todos os dias. Assim também é possível mapear cada ponto crítico de todas as cidades e informar cada agência espacial sobre o problema no país, resultando em soluções sobre como melhorar.

“A grande conquista é a resolução das imagens, a precisão e os detalhes obtidos com esses dados. Realmente é poluição em ‘Full HD’, se compararmos com medições anteriores de resolução inferior”, disse o diretor de Programas de Observação da Terra da ESA, Josef Aschbacher.

Esse satélite tem uma resolução 12 vezes mais alta do que qualquer equipamento que já foi ao espaço analisar a poluição, ou problemas na camada de ozônio.

 

 

 

De acordo com os cientistas do projeto, a missão de toda essa observação é obter dados em tempo real, com disponibilidade para o público sobre a poluição cerca de 3 horas após a coleta dos dados, assim é possível avisar quais áreas mais poluídas de uma cidade e até mesmo emitir um alerta sobre as condições da qualidade do ar.

Além disse esses dados ficam armazenados em um servidor, permitindo que os cientistas colaborem efetivamente para futuras decisões relativas à mudança climática, principalmente nos acordos entre os países, como nas Conferências das Nações Unidas sobre as Mudanças Climáticas.

Com tal tecnologia é possível reduzir o número de mortes, visto que 11,6% delas anualmente estão relacionadas com a poluição e outros efeitos, como o excesso de exposição à radiação ultravioleta. Só na União Europeia cerca de 500 mil mortes por ano são causadas por exposição à poluição, disse Aschenbacher.

 

 

 

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