A Sexta Geração de combate da Força Aérea Americana

Foto - Northrop

Não parece que passou muito tempo, mas o F-22 voou pela primeira vez em 1997, representando a 5ª geração de caças dos Estados Unidos. Anos antes voou o B-2, que como sempre, inaugurou mais uma geração de combate da USAF, desta vez focando na capacidade “Stealth”.

Mas depois de 20 anos após apresentar o F-22, e quase 30 anos após o primeiro voo do B-2, a Força Aérea Americana já tem novos planos para melhorar ainda mais sua capacidade defensiva e também de ataque, mesmo que os outros países estejam anos atrás dos EUA, a própria Europa não conseguiu fazer um caça decente de 5ª geração, a Rússia fez o PAK FA, que tem boas capacidades e a China diz que fez algo, mas a real é que ninguém sabe de nada.

Na imagem o F-22 com o F-35.

O primeiro indicativo de que a USAF já trabalhava com novos caças foi dado durante um painel que ocorreu em julho deste ano. Nele o General Alexus Grynkewich evitou falar a palavra “caça”, mas afirmou que há estudos para um próximo avião, e por isso evitou a palavra caça. De acordo com ele esse novo programa é denominado Air Superiority 2030, isso mesmo, a USAF já está pensando com pelo menos duas décadas de antecedência.

Planejar com antecedência é o ideal, só assim a USAF consegue evitar com que os atuais problemas e falhas continuarão em outra geração futura, o F-35 foi uma dificuldade enorme para desenvolver, mesmo com sua versatilidade, que possibilita substituir vários modelos de caça por somente um, facilitando a vida dos tripulantes no geral. O F-35 também encontrou problemas para entrar em plena atividade e até hoje não entrou totalmente em serviço nas unidades de defesa dos EUA.

Foto – FLIR Systems/YouTube

“O combate aéreo não é mais sobre o combate entre caças, trata-se de fazer uma rede para suportar os atributos [necessidades de contrapressão penetrantes] em termos de alcance, persistência, capacidade de sobrevivência e letalidade”, disse Grynkewich, que foi acompanhado pelos membros da USAF, como o coronel Tom Coglitore, líder em desenvolvimento de conceitos, e Jeff Saling, líder de análise para o ECCT, durante um evento organizado pelo Instituto Mitchell.

E Grynkewich está notavelmente certo, o combate hoje é com base em quantos aviões um caça só consegue “linkar” através de radares, ao mesmo tempo que usa seu próprio hardware, o caça deverá se conectar com aeronaves de reconhecimento aéreo, que são equipadas com radares de alta capacidade, capazes de detectar aviões stealth em qualquer direção e por várias centenas de quilômetros.

É realmente uma guerra internética, onde as armas deixam de ser os canhões de balas e passam a ser mísseis de alta precisão e alcance.

 

Ao nível de armasyourfile

Você já deve imaginar que a próxima geração terá armas extraordinárias, realmente, até nossa equipe espera ver aqueles ataques com lasers do tipo “Peel-Peel-Peel”, queimando os inimigos somente com o calor de fótons, mas o desenvolvimento dessas tecnologias é complicado.

Enquanto a Força Aérea Americana bota fé que conseguirá criar um sistema de lasers para usar de forma defensiva, tendo isso como algo 100% desejado, os especialistas apontam problemas de geração e armazenamento de energia. Mesmo os melhores lasers de alta potência têm apenas 33% de eficiência, o que significa 2 MW (Megawatts) de calor gerado para cada 1 MW de energia que pode ser formado em um feixe de laser, demonstrando assim que a gestão de energia será o ponto principal do projeto.

O problema master é que parte dessa energia perdida se torna calor, precisando ser dissipada da aeronave, ao mesmo tempo permite que o caça seja visível à sensores de infravermelho, um equipamento comum em mísseis. Entre as soluções apresentadas está a dissipação através de fluídos, ou até mesmo a conversão de calor em energia para um sistema de baterias ou capacitores.

De evolução mesmo Grynkewich promete uma capacidade ainda maior de mísseis, que também serão melhorados para manobrar em qualquer direção, acompanhando sempre o alvo (mesmo que ele seja Stealth). Coglitore observou, no entanto, que não há exigência oficial para o uso de lasers. Se trata de saber se os lasers podem ajudar uma aeronave a sobreviver durante um ambiente de negação aérea (anti-acesso), conhecido também como ambiente A2AD.

Mas a própria Força Aérea Americana já disse que o helicóptero V-22 pode receber no futuro lasers e armas de ondas com espectro eletromagnético, a integração dos sistemas é a parte mais complicada disso tudo, o laser já existe, mas só em solo.

Ao nível de combate seria interessante ter lasers e uma briga de frequências capaz de anular a capacidade de ataque e defesa do inimigo, esta última ideia é mais provável de ser implementada, mas não em caças, nos aviões maiores, os bombardeiros.

 

O Northrop B-21

O B-2 é incrível, e isso não temos dúvidas, se a USAF considera ele um avião velho essa é outra história, mas ele ainda ficará muito tempo na frota da Força Aérea, mesmo com a entrada do novo B-21.

O programa B-21 deverá custar cerca de US$ 80 bilhões e está cercado de um grande mistério, já que o desenvolvimento de uma aeronave militar de nova geração requer sigilo absoluto, para que nenhuma nova tecnologia esteja nas mãos dos inimigos.

No desenvolvimento da aeronave estará contida tecnologias desenvolvidas secretamente pelo governo americano ao longo dos anos, isso inclui um novo sistema de aviônicos, sensores, motores, comunicação com criptografia avançada capaz até mesmo de se sobrepor a interferências eletromagnéticas forte, como por exemplo a explosão de uma bomba atômica. Além disso a pedido da Força Aérea a aeronave será mais furtiva que o B-2, seu antecessor.

A Força Aérea Americana planeja substituir uma grande quantidade de bombardeiros B-52 e B-1 pelo novo B-21, e por isso o contrato prevê a construção inicial de 100 aeronaves, com uma opção de adicionar mais encomendas ao longo dos anos. Apesar da novidade, ninguém deverá ver um B-21 antes de 2025.

Os 100 modelos construídos poderão ter três versões, a primeira para o transporte de bombas e armamento com tripulação, a segunda com tripulação e com carga de ogivas nucleares, a terceira pode ser o desenvolvimento de uma aeronave não tripulada, por uma exigência da USAF.

 

Via – Defense Tech

 

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