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Transporte aéreo do Brasil já registrou lucro de R$ 413,7 milhões em 2017

As demonstrações contábeis anuais das cinco principais empresas brasileiras de transporte aéreo público de passageiro, carga e mala postal (Gol, Latam, Azul, Avianca e Latam Cargo) registraram lucro de R$ 413,7 milhões em 2017, correspondente a uma margem líquida positiva de 1,1%, conforme dados divulgados pela Agência Nacional de Aviação Civil (ANAC) nesta sexta-feira (29/6).

Foi o primeiro resultado positivo desde 2010. Em 2016, o prejuízo apurado por essas aéreas brasileiras havia superado o montante de R$ 1,6 bilhão, com margem líquida negativa de 4,8%.

Juntas, essas empresas aéreas representaram 99,5% da demanda por transporte aéreo público doméstico de passageiros, em termos de RPK (passageiros quilômetros pagos transportados) e 98,5% em termos de RTK (indicador que considera o transporte pago de passageiros e cargas e a distância).

Todas as cinco empresas que compõem o resultado líquido do exercício de 2017 melhoraram o desempenho na comparação com 2016, embora a Gol tenha registrado resultado negativo no período – a companhia apurou prejuízo de R$ 28,8 milhões e margem líquida negativa de 0,3% no ano passado, ante prejuízo de R$ 304,8 milhões e margem negativa de 3,4% em 2016. A Azul apresentou os resultados mais favoráveis, com lucro líquido de R$ 278,6 milhões e margem líquida positiva de 3,6% em 2017, ante prejuízo de R$ 549,1 milhões e margem líquida negativa de 8,2% em 2016. 

A receita operacional líquida apresentou crescimento de 8,4% em 2017, comparada com o valor apurado no ano anterior, chegando a R$ 36,2 bilhões. Já os custos dos serviços prestados apresentaram aumento de 4,1%, atingindo R$ 29,6 bilhões. O incremento da receita em percentual maior que o acréscimo de custos aumentou em 32,9% o lucro bruto conjunto das principais empresas, que passou de R$ 5 bilhões em 2016 para R$ 6,6 bilhões em 2017.

Em relação às despesas operacionais, houve redução de 11,1%, caindo de R$ 5,7 bilhões em 2016 para R$ 5 bilhões em 2017.

O EBIT (do inglês Earnings Before Interest and Taxes) foi positivo em R$ 1,5 bilhão em 2017, correspondente a uma margem EBIT positiva de 4,1%, ante R$ 1 bilhão negativo e margem EBIT negativa de 3,1% em 2016.

Em 2017, apenas a Avianca apresentou EBIT negativo (- R$ 26,3 milhões), com margem EBIT negativa de 0,7%. As outras quatro empresas apresentaram EBIT positivo: Azul (R$ 768 milhões), Gol (R$ 391,3 milhões), Latam Airlines (R$ 323,9 milhões) e Latam Cargo (R$ 17,4 milhões), com margens EBIT positivas de 9,9%, 4,1%, 2,2% e 1,9%, respectivamente.

O resultado financeiro das empresas aéreas brasileiras ficou negativo em R$ 1,6 bilhão em 2017, ante R$ 348,9 milhões negativos em 2016. Aproximadamente metade do valor foi relativo à Gol (- R$ 793,7 milhões). A Azul contribuiu com outros 31%, sendo R$ 493,4 milhões negativos.

 

Créditos tributários

Além disso, créditos tributários contabilizados (decorrentes de prejuízos fiscais e base negativa de Contribuição Social sobre o Lucro Líquido, entre outros) por Gol e Avianca no montante de R$ 621,6 milhões contribuíram de maneira relevante para que o Imposto de Renda e a Contribuição Social apresentassem o valor positivo de R$ 534,4 milhões.

A retomada do crescimento da demanda por transporte aéreo de passageiros (em RPK) das empresas brasileiras, da ordem de 3,2% no mercado doméstico e de 10,6% no mercado internacional, este impulsionado pela maior oferta de voos internacionais de Azul e Avianca, representou fator contribuinte para o incremento da receita operacional líquida em 2017 na comparação com 2016.

Entre os fatores que devem ser considerados na análise do crescimento de 4,1% dos custos dos serviços prestados está o querosene de aviação, cujo preço médio esteve até 24% superior em todos os meses de 2017 em comparação com iguais meses de 2016, à exceção de julho. Este insumo impactou diretamente o custo com combustível de aeronaves, que representou aproximadamente 27,5% do total de custos e despesas das cinco principais empresas brasileiras de transporte aéreo público no ano.

Por outro lado, no primeiro semestre de 2017, a taxa de câmbio oscilou em patamares mensais até 21% inferiores aos dos mesmos meses do primeiro semestre de 2016 e em níveis até 4% inferiores no segundo semestre. Os custos com combustível, arrendamento, seguro e manutenção de aeronaves são afetados pela oscilação do câmbio e representaram aproximadamente 48% do total de custos e despesas dos serviços aéreos públicos em 2017.

 

Via – ANAC

 

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