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60% dos pilotos apontam que não lidam com segurança operacional, diz pesquisa da ANAC

A Agência Nacional de Aviação Civil (ANAC) divulga, nesta sexta-feira, 1º de abril, os resultados da pesquisa sobre cultura de segurança operacional na aviação civil.

Realizada entre maio e julho de 2021 e baseada na ferramenta do Grupo de Colaboração Internacional para o Gerenciamento da Segurança Operacional (SM ICG, sigla em inglês de Safety Management Internacional Collaboration Group), a análise buscou entender o cenário de cultura de segurança operacional no Brasil.

Foram 519 questionários anônimos completamente respondidos, com cerca de 40 perguntas cada, e todas as respostas podem ser consultadas, em detalhes, pelos participantes ou interessados por meio de painéis de visualização dos dados (conforme links a seguir), que permitem a consulta por região geográfica, segmento da aviação, faixa etária e profissão do respondente, entre outros perfis.

Com objetivo de obter resultados aderentes aos aferidos pela sondagem internacional do SM ICG, a Assessoria de Segurança Operacional (ASSOP), da ANAC, subdividiu o público regulado em três perfis distintos – gerentescolaboradores e profissionais da aviação geral (clique nos links para acessar os sumários executivos), cujos painéis podem ser acessados nos links informados abaixo.

 

Estrutura dos questionários

Além de perguntas realizadas para determinar o perfil dos respondentes, houve grupos de questões específicas para aferir o comprometimento dos respondentes com segurança em equipe; manutenção da  atenção a questões de segurança operacional; adaptação diante da necessidade de mudança em relação à segurança operacional; comportamento no dia a dia a respeito do tema; acesso às informações sobre segurança e avaliação ou o reconhecimento do comportamento seguro.

Os questionários aplicados permitiram classificar, por meio das respostas fechadas, três perfis de maturidade de cultura de segurança conforme a Escala de Hudson, utilizada originalmente nas pesquisas do SM ICG: o reativo, em que a segurança operacional é apontada como algo importante, mas é lembrada somente quando ocorre um acidente; o calculativo, em que se dispõe de processos para tratar ameaças; e o proativo, quando a segurança é foco de um trabalho contínuo na organização.

 

Achados da pesquisa

A maioria dos respondentes apresentaram respostas proativas em relação ao contato com a segurança operacional em suas organizações, porém alguns achados da pesquisa revelam aspectos que merecem atenção da comunidade da aviação civil.

Segmentos como a Aviação Agrícola/Serviço Aéreo Especializado (SAE) e os sistemas de reporte de ocorrências, por exemplo, tiveram maior quantidade de respostas de cunho calculativo.

O ponto que mais chamou a atenção, contudo, é o fato de que cerca de 60% dos pilotos consideram que não atuam diretamente com o tema segurança operacional no seu dia a dia de trabalho.

Ao captar a opinião dos regulados e disponibilizar os resultados da aferição, a ANAC busca criar uma melhor compreensão sobre como a segurança operacional é percebida, além de estabelecer um sistema que permita acompanhar a evolução do tema a partir de aferições futuras semelhantes. A expectativa ainda é de que as respostas aos questionários venham embasar o desenvolvimento de programas e ações ajustados às necessidades de melhoria da segurança operacional.

Com base nos resultados aferidos, de imediato a ASSOP propõe algumas ações para melhoria da Cultura de Segurança Operacional, como incentivo de maior engajamento dos profissionais com atividades de promoção e cursos sobre segurança operacional, realização de esclarecimentos e melhorias em sistemas de relato de ocorrências de aviação civil, divulgação de materiais sobre segurança operacional e políticas públicas voltadas especificamente para os pilotos, profissionais de aviação agrícola/Serviço Aéreo Especializado e realização de esclarecimentos que segurança operacional é responsabilidade de todo o setor.

Sugestões, reclamações e denúncias relacionadas à segurança operacional podem ser enviadas à Agência pelo canal Fale com a ANAC (clique no link para acessar).

 

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