A experiência de voar na Azul Conecta e no Cessna Caravan

Azul

A Azul Linhas Aéreas lançou neste mês a sua subsidiária de voos ultra-regionais, a Azul Conecta. Na ocasião a equipe do Portal Aeroflap teve a oportunidade e aquele gostinho de voar no Cessna Grand Caravan da ex-TwoFlex.

A experiência de voo foi tão legal e inesperada, e tantas pessoas me reportaram que decidi relatar aos leitores do Portal Aeroflap um pouco mais sobre essa experiência.

 

Compra e Check-In

Nessa parte não podemos avaliar um possível voo da Azul Conecta. O que realizamos era exclusivo para imprensa, logo após o evento, sem a presença de bilhete de embarque e todos os trâmites de um voo normal.

No entanto, embarcar na Azul Conecta não deve ser diferente de outros voos regionais. Este procedimento exige um check-in ou despacho de bagagens presencialmente.

Os voos da Azul Conecta podem ser adquiridos no site da Azul (voeazul.com.br).

Azul

Antes de começar temos que ter ciência que o avião utilizado na Azul Conecta é o Cessna Grand Caravan. Este pequeno avião de único motor turboélice comporta 9 passageiros a bordo, e pode voar com velocidade de até 344 km/h.

Na Azul Conecta a maior parte desses aviões tem mais de 10 anos de uso, contudo, a manutenção é rigorosa e em dia.

 

Embarque

Assim como nos aeroportos regionais, de menor infraestrutura, eu segui para o embarque andando, até escolher meu assento na aeronave.

O Cessna Grand Caravan tem duas portas atrás, e mais duas na frente para os pilotos. Na traseira temos uma enorme porta, ao qual a Azul colocou uma plataforma para auxiliar no embarque. A outra porta, de menor tamanho, já é adaptada para operações remotas devido à escada embutida.

Aqui cabe ressaltar um detalhe, o Grand Caravan não tem uma excelente altura interna, uma pessoa de 1,72 metro de altura, como o redator, precisou se inclinar muito para ir até o assento no avião.

Interior da Azul

Como eu não poderia perder nenhum detalhe do voo, me posicionei logo atrás dos pilotos do Grand Caravan, para acompanhar toda a operação.

Logo notei uma presença massiva de instrumentos analógicos na aeronave. Conheço a aviação, e isto não me passou qualquer indício de desconfiança em relação ao equipamento, ao contrário, prefiro os instrumentos analógicos.

A Azul entrega uma garrafa de água e snacks no bolsão frontal da aeronave. Para voos curtos é suficiente. Vale ressaltar que os voos com o Grand Caravan são os únicos da companhia sem comissários de bordo no interior.

Contudo, o contexto do interior deste Grand Caravan que voei entrega um pouco a idade da aeronave, mesmo que a manutenção desta esteja em dia.

 

Como o Grand Caravan voa?

Se eu precisasse resumir em poucas palavras eu falaria o seguinte: Voar no Grand Caravan foi emocionante!

No bom sentido…

Não é como voar em um ATR, ou voar em outros aviões de maior porte. O próprio tamanho do Grand Caravan permite acompanhar tudo o que acontece no avião, parece um Cessna 210 mais robusto e grande.

Contudo, a parte emocionante é que você sente cada momento do voo, desde a partida do motor até o suave pouso que foi realizado. Durante o voo as turbulências são perceptíveis, e eu não recomendo você encher a barriga de feijoada antes de voar na hora do almoço.

Por esse motivo ele parece um Cessninha menor, porém bem mais silencioso, até fiquei surpreso nesse sentido. Ah… Vale ressaltar a presença do ar-condicionado no avião, achei que ia ser igual “um forno” o voo.

Pela menor potência e agressividade dos comandos, o resto do voo é totalmente suave, desde a parte que os pilotos aplicam potência no motor até os comandos de aileron e leme. Mesmo cheio o Grand Caravan sobe consideravelmente fácil e voa baixo durante todo o tempo, visto que não é pressurizado.

O pouso, se bem realizado como o deste voo, é bem suave em comparação com outras aeronaves mais pesadas. 

Não poderíamos deixar de fornecer esse material para vocês. Abaixo gravamos dois vídeos ressaltando um pouco como é voar no Caravan, e também do voo completo direto do “cockpit”.

“cockpit” = Ele é integrado na cabine de passageiros, não há divisórias.

No final gostei do voo, foi melhor do que a expectativa e bem inesperado. A sensação de voar em uma aeronave “na mão” foi positiva e trouxe boas lembranças, apesar do aperto interno e das turbulências em céu claro.

 

A Azul Conecta

No 2° semestre de 2019 a Azul declarou que tinha proposto a aquisição da Two Flex por R$ 123 milhões, a negociação foi finalizada neste ano.

Na época a Two Flex tinha 17 aeronaves Cessna Gran Caravan, que novas podem custar mais de 2 milhões de dólares cada. Contudo, a meta da Azul era um pouco maior com a Two Flex integrada na sua malha.

No momento da aquisição a Two Flex operava para 36 destinos, algo que a Azul manteve após a aquisição.

A aquisição foi aprovada pelo CADE em 2020, e a finalização do contrato procedeu. Na época o nome Azul Conecta já rondava a sede da companhia, e muitos funcionários falavam sobre a mudança.

No momento a Azul Conecta é autorizada a operar aeronaves de até 19 assentos, de acordo com as normas do RBAC 121. A companhia se encaixa na legislação das ultra-regionais, criada “recentemente” pela ANAC em parceria com órgãos internacionais.

Três aviões da Azul Conecta estão operando especificamente voos cargueiros, foram convertidos para este tipo de serviço. Como ressaltei acima, o Grand Caravan tem duas portas traseiras, uma enorme e outra pequena, isso dá indícios da missão de Quick Change (conversível) do avião.

 

Matéria produzida por Pedro Viana e Gisele Orquídea.

Edição de fotos e vídeos por Matheus Felipe.

 

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