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Acordo rompido da Boeing e Embraer pode gerar bilhões de reais em indenização

Embraer

O acordo que foi rompido entre a Boeing e a Embraer pode gerar bilhões de reais em indenizações, que devem ser pagas para a empresa brasileira, pela atitude da Boeing de deixar o contrato romper.

De acordo com um comunicado emitido pela Embraer ontem, a empresa acusa a Boeing de criar uma situação para sair do acordo sem o pagamento de multas e indenizações, porém, estas podem chegar a US$ 500 milhões, cerca de R$ 2,8 bilhões.

Alguns dados apresentam que o processo de venda custou à empresa brasileira R$ 485 milhões em 2019, devido à separação da parte comercial com o restante da empresa, bem como a divisão de CNPJ, sistemas e produção (até mesmo de forma física).

Além da alta indenização, o contrato também é composto por uma multa rescisória no valor de US$ 100 milhões, em caso de problemas anti-trust, algo que teoricamente ocorreu, visto que a União Europeia postergou a aprovação da joint-venture por diversos meses, até o contrato ser invalidado, no último dia 24 de abril, pelo tempo estabelecido.

Ainda há uma multa de US$ 75 milhões por decisões da direção das empresas.

A Embraer disse em comunicado que “a Boeing adotou um padrão sistemático de atraso e violações repetidas ao acordo, devido à falta de vontade em concluir a transação, sua condição financeira, ao 737 MAX e outros problemas comerciais e de reputação”.

Nos últimos meses a Boeing pediu diversos empréstimos, o primeiro de aproximadamente US$ 10 bilhões, um segundo empréstimo, de até US$ 60 bilhões, foi solicitado há algumas semanas, durante a crise causada pelo novo coronavírus.

O comunicado ainda diz que a Embraer “buscará todas as medidas cabíveis contra a Boeing pelos danos sofridos como resultado do cancelamento indevido e da violação do acordo”.

No acordo, a Boeing deveria deter 80% da divisão de aviões comerciais da Embraer, mediante o pagamento de US$ 4,21 bilhões. Um outro acordo assinado conjuntamente tratava da venda do C-390, através de uma joint-venture com 49% de participação da Boeing.

 

Veja abaixo o comunicado da Embraer:

A Embraer acredita firmemente que a Boeing rescindiu indevidamente o Acordo Global da Operação (MTA) e fabricou falsas alegações como pretexto para tentar evitar seus compromissos de fechar a transação e pagar à Embraer o preço de compra de U$ 4,2 bilhões. A empresa acredita que a Boeing adotou um padrão sistemático de atraso e violações repetidas ao MTA, devido à falta de vontade em concluir a transação, sua condição financeira, ao 737 MAX e outros problemas comerciais e de reputação.

A Embraer acredita que está em total conformidade com suas obrigações previstas no MTA e que cumpriu todas as condições necessárias previstas até 24 de abril de 2020.

A empresa buscará todas as medidas cabíveis contra a Boeing pelos danos sofridos como resultado do cancelamento indevido e da violação do MTA.

A Embraer se mantém uma empresa bem-sucedida, eficiente, diversificada e verticalmente integrada, com histórico de sucesso no atendimento a clientes com produtos e serviços, construídos em uma base sólida de recursos industriais e de engenharia. A empresa é uma exportadora e desenvolvedora de tecnologia, com atuação global em aviação de defesa, executiva e comercial.

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Nossa história de mais de 50 anos está alinhada com muitas vitórias, mas também com alguns momentos difíceis. Todos eles foram superados. E é exatamente isso que vamos fazer novamente. Superar esses desafios com força e determinação.

 

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Pedro Viana

Autor: Pedro Viana

Engenharia Aerospacial - Editor de foto e vídeo - Fotógrafo - Aeroflap

Categorias: Empresas, Notícias

Tags: Acordo, Boeing, Embraer