O conceito de voar sempre partiu, pelos humanos, da observação das aves em voo, e do formato aerodinâmico de suas curvas.
No início muitos pesquisadores se desdobraram para descobrir o formato de asa que proporcionava sustentação enquanto a “carga” não estivesse tocando em solo.
Chegaram ao ponto, um modelo que cria um diferencial de pressão entre o extradorso e o intradorso, no início esse conceito permitiu a criação de vários planadores, visto que não havia um motor com a potência necessária para a ave artificial sair do chão por meios próprios. Bem! Isso durou até 1906…
E agora, no Século 21, a Airbus quer mudar a maneira de voar com base no voo em formação das aves, e suas características que nos dias atuais podem reduzir o consumo de combustível, sem nenhuma alteração tecnológica.
Quando um pássaro bate as asas, o ar flui sobre as asas e gira para trás das pontas das asas. Esse fluxo cria um turbilhão de ar em fluxo turbulento, contendo energia cinética.
Quando o núcleo energético da esteira arrasta o ar circundante, ele cria correntes suaves. Um pássaro que entra nessa corrente ganha energia cinética e pode ter o privilégio de reduzir as suas “batidas de asa”, diminuindo a energia necessária para se manter em voo.
Como os pássaros não são burros, eles voam em formação, e sempre vão trocando de posição, para que todos os pássaros possam desfrutar, em algum momento do voo, de uma exigência menor de energia para se manter no ar.
É por essa característica que um bando de pássaros de migração conseguem voar por horas sem parar, aliviando a carga de trabalho de cada um.
A aplicação na aeronave, o pássaro de metal
Com base nesse conceito das aves que voam em formação, a Airbus quer aplicar o mesmo para as “aves de metal”, como conhecemos, as aeronaves.
A ideia é realizar voos de longa distância colocando várias aeronaves na mesma aerovia, e com pouca distância entre elas (aproximadamente 2,78 km), como forma de reduzir o arrasto.
O esperado é que esse efeito de arrasto, em carros de corrida conhecido como “vácuo”, proporcione uma economia de combustível de 10%. Isso pode significar várias toneladas de querosene, quando falamos de grandes distâncias.
Considerando que um A330neo é cerca de 14% mais econômico em comparação com a geração anterior (A330ceo), temos uma grande descoberta da Airbus. Claro! Se isso não comprometer a segurança do voo.
Em 2016, uma série de testes de voo demonstrou que uma economia significativa de combustível poderia ser alcançada quando duas aeronaves voavam a aproximadamente 3 quilômetros de distância – sem comprometer o conforto do passageiro.
Na época, a tecnologia de gerenciamento de tráfego aéreo não era madura o suficiente para permitir que as aeronaves voassem tão juntas no espaço aéreo. Mas melhorias tecnológicas significativas – incluindo rastreamento de voo em tempo real – estão sendo feitas agora. Essas melhorias tecnológicas abriram o caminho para o desenvolvimento do fello’fly, um novo projeto de demonstração de voo no Airbus UpNext.
Testes em 2020
A Airbus vai testar em 2020 esse conceito, realizando um incomum voo com pouca separação entre as aeronaves, com intuito de perceber se voar a pouca distância e com grande velocidade pode comprometer a segurança do voo.
Para isso a fabricante vai utilizar duas aeronaves do modelo A350, voando a uma distância de 2,78 km, e calcular o consumo de combustível entre elas.
Vale ressaltar que o padrão de distância em voos de cruzeiro, a separação horizontal, é de aproximadamente 9,2 km.
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