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Airbus pode começar a fabricar motores elétricos para aviões do futuro

A Airbus pode começar a fabricar os próprios motores das suas aeronaves. Tal informação foi compartilhada pelo CEO da Airbus, Guillaume Faury, em entrevista ao WELT AM SONNTAG.

De acordo com Faury, atualmente a Airbus investe na propulsão a hidrogênio dos seus aviões e poderia apostar em um motor elétrico próprio. A tecnologia desenvolvida internamente não é “impossível” de acordo com o CEO.

“Isso é algo que basicamente poderíamos fazer nós mesmos”, disse Faury, falando de uma possível “mudança de estratégia”.

“Precisamos de muita eletricidade sem CO2“, disse Faury. “Haverá competição na indústria por energia livre de CO2.

Airbus apresentou três conceitos de aeronaves que utilizam hidrogênio como combustível.

Se a Airbus decidir por este movimento, o mercado de aviação pode enfrentar uma grande mudança, em comparação com os aviões atuais. Normalmente a fabricante das aeronaves conta com o fornecimento de motores por outras empresas, como a GE, Pratt & Whitney ou Rolls-Royce.

Praticamente todos os aviões são fabricados com essa filosofia, com fornecimento dos motores a partir de fabricantes especializados nesse setor.

Por outro lado, a Airbus precisará investir mais alguns bilhões de euros no projeto de criar um motor próprio, nos moldes que o projeto a ser desenvolvido necessita. Por este motivo, o custo dessa “descarbonização” pode escalar ainda mais com base nessa decisão.

Sob o nome de projeto ZEROe, a Airbus está trabalhando em pelo menos três conceitos de aeronaves diferentes para começar a produzir em massa uma aeronave movida a hidrogênio até 2035.

 

Início do desenvolvimento do avião movido por hidrogênio

A Airbus lançou em 2021 o “Demonstrador de powertraiN Experimental Supercondutor e Criogênico Avançado” (ASCEND). A finalidade é utilizar a temperatura criogênica do hidrogênio líquido para também ajudar na propulsão elétrica.

Com -253 graus Celsius a Airbus disse que consegue otimizar o desempenho dos sistemas elétricos, como o próprio motor da aeronave, ao utilizar materiais supercondutores que aproveitam as baixas temperaturas para diminuir a resistência elétrica, aumentando a eficiência em geral.

Airbus Hidrogênio

Desta forma, além de utilizar o hidrogênio no processo de hidrólise, para a geração de energia, a Airbus também pode ganhar vantagem, em relação aos outros aviões, de ter o hidrogênio para dobrar a eficiência e diminuir o consumo de energia em 50%.

Conjuntamente, a Airbus espera diminuir a tensão do sistema elétrico, utilizando a refrigeração com baixíssimas temperaturas. De acordo com a fabricante, os aviões desenvolvidos atualmente precisam de uma tensão acima de 500V, com a refrigeração criogênica a Airbus pode diminuir essa tensão para algo abaixo de 500V.

A refrigeração criogênica já é utilizada em outros sistemas atualmente, como nos trens do tipo Maglev, que atingem velocidade acima de 600 km/h, bem como nos supercondutores dos aceleradores de partículas do tipo LHC (Large Hadron Collider).

O programa ASCEND avaliará arquiteturas elétricas de várias centenas de quilowatts (KW) a aplicações de dezenas de megawatts (MW) com e sem hidrogênio líquido a bordo. Normalmente motores elétricos para aviões de 19 passageiros têm mais de 1 MegaWatts de potência.

O Avro é a nova plataforma de testes da Airbus para propulsão elétrica e híbrida em aeronaves.

A tecnologia ASCEND será testada a partir do final de 2023 através da aeronave E-Aircraft System House, um protótipo da Airbus, que tem como base um Avro, para testar tecnologias de propulsão híbrida e elétrica.

O programa ASCEND também deve oferecer suporte a melhorias de desempenho em sistemas de propulsão existentes e futuros em todo o portfólio da Airbus, incluindo helicópteros, eVTOLs, bem como aeronaves regionais e de corredor único.

 

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Pedro Viana

Autor: Pedro Viana

Engenharia Aerospacial - Editor de foto e vídeo - Fotógrafo - Aeroflap

Categorias: Aeronaves, Notícias

Tags: Airbus, Hidrogênio, usaexport