Nesta quarta-feira o novíssimo Airbus A330-900neo recebeu a Certificação de Tipo da Agência Europeia para a Segurança da Aviação (EASA), autorizando assim o início dos voos comerciais da aeronave pelas companhias aéreas europeias.

Durante a cerimônia discreta de assinatura, a Airbus disse que espera obter a certificação da Federal Aviation Administration (FAA) em breve.

A empresa também divulgou que a campanha de testes em voo acumulou mais de 1400 horas, desde que iniciou no final de 2017. A Airbus teve um significativo atraso para entregar o primeiro A330neo, depois de vários entraves no desenvolvimento dos motores Rolls-Royce Trent 7000. Oficialmente o A330neo foi lançado em 2014, como um substituto dos antigos A330ceo e concorrente para o Boeing 787.

O atraso foi tão significativo que a Airbus precisou incorporar uma aeronave de série na frota de testes, o futuro CS-TUA que foi responsável pela turnê mundial realizada em junho deste ano, simulando rotas comerciais.

O A330neo é oferecido às companhias aéreas em duas versões. Com acomodação padrão para 257 passageiros (A330-800neo) e 287 passageiros (A330-900neo). O seu interior também foi completamente redesenhado pela equipe da Airbus, com um novo design.

A primeira companhia responsável por receber um Airbus A330-900neo será a TAP Portugal, que provavelmente leve até três aviões deste modelo ainda neste ano, o primeiro deverá ser entregue em até um mês e meio.

Anteriormente a Rolls-Royce disse que está confiante que uma certificação ETOPS do motor Trent 7000, que equipa o Airbus A330neo, será emitida até outubro deste ano. Dessa forma o A330neo estaria apto para a realização de voos entre a Europa e o continente americano.

A Azul deverá receber o primeiro A330neo da sua frota também neste ano.

A Airbus já registrou 215 pedidos firmes para o A330neo. No Brasil a Azul encomendou 5 unidades do A330-900neo.

Melhorias

Para obter um menor consumo de combustível e maior conforto para o passageiro, a Airbus precisou fazer várias alterações no A330 para transformar ele no A330neo, mesmo com a idade do projeto denunciando as limitações impostas, por exemplo, a fabricante não conseguiu atingir totalmente o mesmo nível de versatilidade e performance do Boeing 787.

O cockpit agora vem obrigatoriamente com HUD para os dois pilotos, e um sistema que auxilia a saída de pista, com base nas cartas do aeródromo. A similaridade com a geração anterior é notória, apesar disso, todos os comandos são Full-Fly-By-Wire, como no A350.

Isso é vantajoso, pois na parte de treinamento a Airbus garante que 95% de comunalidade em todo o sistema da aeronave em comparação com o modelo atual, facilitando o treinamento e transferência de tripulação de uma aeronave para outra.

As duas asas foram atualizadas, e agora são compostas por um novo tipo de estrutura, e o ensaio computacional foi realizado em um modelo totalmente baseado em projeções 3D, juntamente com as novas sharklets, a Airbus conseguiu uma significativa melhora na parte aerodinâmica do avião.

Detalhe, as naceles e as sharklets são produzidas com material composto.

Os novos motores Trent 7000 trazem o A330neo para os tempos do alto by-pass e também dos materiais compostos, proporcionando uma melhoria de consumo de cerca de 10%, comparando com o antigo Trent 700.

O sistema para manutenção da aeronave foi atualizado, e agora é similar ao A350, o Skywise ajuda os mecânicos ao informar algum problema que esteja para acontecer, dessa forma a equipe de manutenção pode programar uma parada da aeronave com finalidade de resolver essas pendências.

O interior, chamado de Air Space, é totalmente remodelado, com iluminação em led, acompanhando as tendências do mesmo mercado. A Airbus aproveitou para incorporar uma pré-instalação para o sistema de Wi-Fi, que pode oferecer internet ou entretenimento em voo, juntamente com a possibilidade de facilmente instalar tomadas USB nos assentos.