ALTA: Alinhamento aos protocolos globais permitiria retomada mais rápida da indústria área

IATA Aviação ANAC ALTA

O processo de retomada do transporte aéreo, ainda em meio à crise provocada pela pandemia da Covid-19, e as perspectivas da indústria da aviação para 2021 foram temas discutidos nesta terça-feira (24/11) no evento Air Connect DX, durante o painel Agenda Estratégica da ABEAR, IATA e ALTA: Cenários Futuros da Aviação Comercial.

Mediada por Eduardo Sanovicz, presidente da Associação Brasileira das Empresas Aéreas (ABEAR), a conversa contou com a participação do diretor-executivo e CEO da Associação Latino-Americana e do Caribe de Transporte Aéreo (ALTA), José Ricardo Botelho, e do diretor Brasil da Associação Internacional de Transporte Aéreo (IATA), Dany Oliveira.

Segundo José Ricardo Botelho, os países latino-americanos que se alinharam aos protocolos desenhados pelo grupo CART, da Organização da Aviação Civil Internacional (OACI), adotando todas as medidas de biossegurança preconizadas e mantendo abertos os espaços aéreos observam agora um retorno gradual do crescimento do mercado doméstico.

E que isto acontece também porque o passageiro está se sentindo mais seguro para voar. Botelho defendeu, em caso de exigência de exames antes do embarque, a testagem padronizada de passageiros, ao invés da adoção da quarentena.

“A quarentena impacta a demanda. Quem vai querer viajar sabendo que deve passar 14 dias isolado ao chegar ao destino? Quando o passageiro percebe que existem protocolos que estão sendo seguidos desde o momento que ele pisa no aeroporto, no embarque, durante o voo e até o desembarque, ele passa a voar com tranqüilidade e isso é comprovado pelas pesquisas. A cadeia da indústria da aviação é segura como os estudos têm demonstrado”, afirmou o diretor-executivo da ALTA.

Os participantes do painel enfatizaram a atuação conjunta de governos e setor privado no mundo para fazer frente à crise na aviação durante 2020.

Segundo Dany Oliveira, “a partir da declaração de pandemia no primeiro semestre e após o fechamento das fronteiras, houve uma dificuldade inicial de padronizar o modo de operação, mas para que a indústria sobrevivesse, houve um trabalho intenso de adaptação de todo ecossistema”.

Em relação ao apoio financeiro dos governos à indústria, Oliveira informou que, ao longo de 2020, os valores chegaram a US$173 bilhões e que, para 2021, a expectativa é de que sejam necessários pelo menos mais US$ 70 bilhões para as companhias aéreas.

Ele ressaltou que este suporte deve ser pensado como investimento nos benefícios econômicos e sociais que a cadeia da aviação traz, citando o plano de mobilização que as empresas terão que montar para a distribuição das vacinas para a Covid-19.

José Ricardo Botelho mencionou que, diante da segunda onda da Covid-19, as companhias aéreas europeias já negociam mais ajuda ao setor com seus respectivos países.

“Na Europa, os países estão na segunda onda da ajuda econômica, entendendo que tudo depende do catalizador que é a aviação civil. Buscar soluções econômicas para ajudar – entre aspas- companhias aéreas, é ajudar o setor inteiro, pois há uma cadeia que depende da indústria aérea, como restaurantes, setor hoteleiro, etc.”, ressaltou ele.

Sobre as perspectivas que se colocam para a aviação civil em 2021, todos os participantes do painel concordaram que, além dos aspectos relacionados à pandemia, há 3 temas que devem ser trazidos de volta à agenda no Brasil: o combate ao excesso de judicialização no setor aéreo, a revisão da precificação do querosene de aviação e a atenção ao processo de eficiência da infraestrutura aeroportuária.

 

 

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