Após 17 anos de ‘guerras’ tarifárias, EUA e Europa firmam acordo e encerram disputas entre Airbus e Boeing

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Montagem de Aeronaves A320 no Alabama - EUA. Foto - Airbus

Enfim chegou ao fim a disputa de subsídios de aeronaves e produtos entre os EUA e a Europa, e consequentemente ‘apaziguou’ as disputas entre Airbus e Boeing. Após 17 anos, os países anunciaram um acordo hoje (15) suspendendo a cobrança de subsídios de aeronaves entre os países. 

As tratativas foram iniciadas logo no começo do governo de Joe Biden nos EUA, onde o novo presidente buscava desfazer as ações do ex-presidente Donald Trump que fez com que as relações com entre os países ficaram com o clima mais intenso. 

A Organização Mundial do Comércio tem buscado desde 2004 um acordo que beneficiasse ambos os lados. Em março desse ano, foi acordado que não haveria por quatro meses subsídios nos valores de US $ 11,5 bilhõe sobre o queijo e vinho importados da Europa e destilados e tabaco vindos dos EUA.

O novo acordo agora será valido por cinco anos e vai incluir também as aeronaves fabricadas pela Boeing nos EUA e pela Airbus na França. O acordo chega no momento em que as duas fabricantes podem enfrentar o mercado de fabricação de aeronaves chinesas que possui um custo relativamente menor. 

“Encaminhar a disputa entre a Airbus e a Boeing dá um grande impulso à confiança nas relações UE-EUA”. Disse Valdis Dombrovskis, chefe do comércio da União Europeia. 

“O acordo … inclui um compromisso de colaboração conjunta concreta para enfrentar a ameaça das ambições da China de construir um setor de aeronaves com base em práticas não mercantis”. Disse Katherine Tai, representante do comércio dos EUA.

Boeing 737 MAX

Jatos Boeing 737 MAX groundeados. Foto: Lindsey Wasson/Reuters.

Os EUA e a Europa também fizeram um acordo para criação de um grupo voltado para tratar assuntos de financiamento de projetos, avaliar condições do mercado e serem transparentes quanto a futuros acordos com outros países para não prejudicar os países envolvidos no grupo.

Com o fim da guerra de subsídios, o Reino Unido pode ser o próximo país a buscar um acordo comercial com os EUA. Informações divulgadas pela Reuters dizem que um funcionário do Reino Unido tem um encontro marcado com o país norte-americano, com a ministra do comércio Liz Truss representando o país em tratativas com Katherine dos EUA.

“Temos trabalhado arduamente com os EUA para diminuir a escalada e chegar a um acordo depois de dar o primeiro passo para suspender as tarifas. Esperamos continuar as discussões sobre a disputa de longa data com aeronaves civis de grande porte durante a visita de Katherine Tai ao Reino Unido na quarta-feira, e alcançar um acordo justo e equilibrado que funcione para todo o Reino Unido.” Disse a Organização Mundial do Comércio. 

No começo do ano, ainda no governo Trump, os produtos vindos da Europa tiveram um aumento na taxa de importação de 25%. Um dos principais produtos afetados estava o vinho produzido na Europa.

A Airbus afirmou que as novas tarifas devem prejudicar os trabalhadores americanos, especialmente os da fabrica em Mobile.

Anteriormente as aeronaves que eram importadas de fora já incluíam as tarifas de importação sobre o produto, com isso a Airbus resolveu fabricar o A320 com componentes vindos da França e da Alemanha, o que iria abater o valor do imposto da aeronave.

Ao longo de 2020, a unidade da Airbus nos EUA entrou 40 aeronaves da família A320. O impacto das novas tarifas não será sentido de forma imediata, pois um grande volume de peças já foi entregue. Com o tempo espera-se que o custo das aeronaves A320 para empresas nos EUA se tornem mais caras. 

Agora com o novo acordo no governo de Joe Biden, os países tendem a cooperar em tecnologia, importação e exportação de produtos, bem como estudos futuros para um melhor desenvolvimento econômico. 

 

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