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Argentina irá à Dinamarca avaliar caças F-16 usados

Caças F-16 Dinamarca Argentina

Ainda na busca pela renovação de sua força aérea com caças supersônicos, uma comissão da Argentina visitará a Dinamarca nos próximos dias. A viagem tem um objetivo direto: avaliar, in loco, as condições dos jatos F-16 Fighting Falcon do país. 

A viagem à Europa foi confirmada na última quinta-feira (22) pelo ministro da Defesa, Jorge Taiana, em evento na cidade de San Julián. Conforme o jornal local Telam, Taiana disse que a fase de avaliação de propostas está sendo concluída. 

F-16 AM Dinamarca RDAF
F-16AM da Força Aérea Real Dinamarquesa com a pintura Have Glass V. Foto: RDAF.

“Ainda temos que analisar uma proposta combinada dos Estados Unidos e da Dinamarca em aeronaves F-16. Em poucos dias eles [militares argentinos] vão vê-los para ver em que situação eles estão e quais características eles têm.”

Segundo o Zona Militar, o Comandante da Força Aérea Argentina (FAA) também afirmou que a negociação sobre os F-16 foi facilitada pelo governo dos EUA. No entanto, até agora não houve discussões se a compra pode ocorrer via FMS (Foreign Military Sales), onde Washington atua como intermediário. “A opção em cima da mesa foi uma negociação e compra governo-governo entre Argentina e Dinamarca” diz o portal. 

Taiana também disse que existe a possibilidade de avaliação de “aviões indianos, que também são interessantes.” Ele estava falando do HAL Tejas, um caça monomotor de 4ª Geração, já em operação com a Força Aérea Indiana.

HAL Tejas LCA Índia
Caças HAL Tejas. Foto: Força Aérea Indiana.

Apesar de Taiana afirmar que são “aviões interessantes”, a venda do Tejas esbarra no bloqueio britânico, que tem diminuído bastantes as opções de Buenos Aires. O Tejas tem dois componentes principais de fabricação inglesa: o assento Martin-Baker Mk.16 e o sistema de reabastecimento em voo da Cobham. A HAL teria oferecido uma versão do Tejas onde os componentes são substituídos por outros de origem indiana, mas isso deve afetar o custo final da aeronave.

A Argentina já separou US$ 664 milhões para a compra de novos caças supersônicos. O país vem tentando a aquisição desde 2015, quando aposentou seus últimos Mirage III e demais variantes, mas sempre esbarra no embargo de peças da Inglaterra, fruto do conflito das Falklands/Malvinas em 1982, polêmico até hoje. Hoje a Força Aérea Argentina conta com cerca de meia dúzia de jatos A-4AR Fightinghawk, modernizados com aviônicos encontrados no F-16.

A-4 Argentina
A-4AR Fightinghawk da Força Aérea Argentina. Foto: Rob Schleiffert (CC BY-SA 2.0).

Apesar das opções, a Argentina parece ter um favorito na forma do PAC JF-17 Thunder sino-paquistanês. Autoridades chinesas e argentinas tem conversado há bastante tempo, incluindo em visitas nos dois países, mas até agora não há um escolhido.

O JF-17 seria, em teoria, a melhor solução para a FAA, por não ter qualquer peça da Inglaterra e estar de acordo com as recentes aproximações entre Pequim e Buenos Aires. Também são aviões muito mais novos que os F-16A/B MLU oferecidos pela Dinamarca, que já tem uma boa quantidade de horas de voo nas células. 

Caças CAC PAC JF-17 Thunder China Paquistão Argentina
Foto: Força Aérea Paquistanesa.

A Dinamarca foi um dos primeiros países a comprar o F-16, selecionando o então novo caça junto da Holanda, Noruega e Bélgica para substituir o F-104 Starfighter, ainda na década de 1970.

Ao todo, a Força Aérea Real Dinamarquesa recebeu 77 caças F-16A/B Block 1, 10 e 15. Destes, 61 foram atualizados através do Mid Life Upgrade (MLU), elevando-os ao padrão Block 50. Dentre as últimas atualizações está a aplicação da pintura Have Glass V, que possui material absorvente de ondas radar.

 

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Gabriel Centeno

Autor: Gabriel Centeno

Estudante de Jornalismo na UFRGS, spotter e entusiasta de aviação militar.

Categorias: Militar, Notícias, Notícias

Tags: Argentina, Dinamarca, F-16, usaexport