Aumento superior a 100% no tráfego de sites de companhias aéreas indica grande vontade dos brasileiros em voltar a viajar

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O desejo de viajar do brasileiro e os diferentes contextos da pandemia: o que podemos esperar para o final do ano?

Entre 2019 e 2020, o Brasil experienciou uma queda de 57% no volume total de voos (domésticos e internacionais) por conta da pandemia de CODI-19. Porém, principalmente devido ao avanço da campanha de vacinação no país, a quantidade de voos vem aumentando significativamente desde março de 2021. 

Por isso, a Decode, empresa de client acquisition e consulting do grupo BTG Pactual, pesquisou sobre o movimento desse mercado e descobriu alguns dados que demonstram a influência da pandemia do COVID-19 no turismo e, consequentemente, nas linhas aéreas. 

Em 2019, a demanda por voos domésticos totalizava 97 milhões, porém, em 2020, esse número caiu para 45 milhões, o que representa um decréscimo de 54%. Analisando o histórico de passageiros que demandaram por voos desse tipo, percebemos que esse foi o pior resultado desse tipo de viagem desde 2016: 

  • 2016: 92 milhões 
  • 2017: 93 milhões (crescimento de 1%) 
  • 2018: 95 milhões (crescimento de 2%) 
  • 2019: 97 milhões (crescimento de 2%) 
  • 2020: 45 milhões (decrescimento de 54%) 

Mas, apesar dessa queda brusca, os voos internacionais acabaram sendo ainda mais afetados: em 2019, a demanda por voos internacionais, que atingia 24 milhões, em 2020 caiu para 7 milhões, o que representa um decréscimo de 71%. Sendo, também, o pior resultado desse tipo de viagem desde 2016: 

  • 2016: 22 milhões 
  • 2017: 23 milhões (crescimento de 5%) 
  • 2018: 24 milhões (crescimento de 4%) 
  • 2019: 24 milhões (crescimento de 1%) 
  • 2020: 7 milhões (decrescimento de 71%) 

Os motivos que levaram milhões de pessoas a pararem de viajar durante o período de 2020 foram centrados nos efeitos gerais do COVID-19 e o medo do contágio, mas também se destacam questões econômicas: 

Queda nos voos domésticos: 

  • Efeito total da Covid-19 no país (diminuiu em 53% o número de viagens) 
  • Economia (PIB) (diminuiu em 10% o número de viagens) 
  • Medo de contágio (diminuiu em 37% o número de viagens) 

Queda nos voos internacionais: 

  • Efeito total da Covid-19 no país (diminuiu em 71% o número de viagens) 
  • Economia (PIB) (diminuiu em 9% o número de viagens) 
  • Medo de contágio / fechamento de fronteiras (diminuiu em 69% o número de viagens) 

A vacinação da população brasileira tem ajudado a mudar este cenário. Após se vacinarem, 70% dos brasileiros decidiram que irão viajar assim que surgir a oportunidade. Algo que não era observado no mesmo período em 2020, quando afirmaram que não pretendiam viajar tão cedo. 

Dos turistas em potencial, 25% pretendem viajar de carro, enquanto 45% pretendem viajar de avião, 26% querem fazer viagens dentro do Brasil e 19% desejam fazer viagens para o exterior. Quando analisamos essas estatísticas, percebemos que não é à toa que os voos domésticos, no Brasil, recuperaram 80% do volume de passageiros que possuíam antes da pandemia. 

Algo interessante percebido pela Decode, é que os dados relacionados à voos internacionais e domésticos também refletem a desigualdade no país, uma vez que voos internacionais são muito mais caros do que voos domésticos:  

População que ganha mais de 10 salários-mínimos: 

  • 83% querem viajar 
  • 48% pretendem viajar pelo Brasil 
  • 42% pretendem sair do país 

População que ganha até 3 salários-mínimos: 

  • 63% querem viajar 
  • 84% pretendem viajar pelo Brasil 
  • 16% pretendem sair do país 

Um dado que confirma o recente aumento no interesse do povo brasileiro em viajar é o crescimento do volume de acessos nos sites das principais companhias aéreas do país. Só até o fim do mês de outubro, é estimado um aumento de 181% no volume de acessos no site da Latam, enquanto nos sites da Decolar e da CVC, esse aumento é estimado em 158% e 131%, respectivamente. 

Apesar de ser mais expressivo no mês em questão, se voltarmos o período de observação para os meses anteriores, percebemos que esse crescimento já estava em andamento:  

Acessos no site da Latam: 

  • Jul/2021: 457.698 
  • Ago/2021: 524.858 (aumento de 15%) 
  • Set/2021: 802.361 (aumento de 53%) 
  • Até 12/Out/2021: 873.301 (aumento de 9%) 
  • *Out/2021: 2.256.027 (aumento estimado até o fim do mês: 181%) 

Desde julho/2021, é estimado um aumento de 393% no volume de acessos no site da Latam em busca de passagens aéreas. 

Acessos no site da CVC: 

  • Jul/2021: 2.737.302 
  • Ago/2021: 2.901.704 (aumento de +6%) 
  • Set/2021: 3.055.258 (aumento de 5%) 
  • Até 12/Out/2021: 2.726.060 (aumento de 11%) 
  • *Out/2021: 7.042.322 (aumento estimado até o fim do mês: 131%) 

Desde julho/2021, é estimado um aumento de 157% no volume de acessos no site da CVC em busca de passagens aéreas. 

Acessos no site da Decolar: 

  • Jul/2021: 5.668.411 
  • Ago/2021: 5.303.264 (decréscimo de 6%) 
  • Set/2021: 6.079.926 (aumento de 15%) 
  • Até 12/Out/2021: 6.317.100 (aumento de 4%) 
  • *Out/2021: 16.319.175 (aumento estimado até o fim do mês: 158%) 

Desde julho/2021, é estimado um aumento de 188% no volume de acessos no site da Decolar em busca de passagens aéreas. 

Em 2020, as principais origens internacionais dos passageiros eram: Estados Unidos (22%), Argentina (10%), Chile (9%), Alemanha (5%) e, por fim, Peru (4%). Em 2021, isso pouco mudou: Estados Unidos, Argentina e Chile continuam liderando o ranking, agora representando 25%, 8% e 7% das origens internacionais, respectivamente.

A Colômbia entrou para a lista em quarto lugar, representando 5% das origens internacionais e, por fim, a Alemanha caiu para última posição, representando 4% das origens internacionais.  

Se tratando dos principais destinos internacionais. Em 2020, eles eram: Estados Unidos (15%), Chile (11%), Argentina (10%), Colômbia (9%) e Equador (6%). Já em 2021, também não houve muitas mudanças no ranking: em primeiro lugar, se mantém os Estados Unidos (16%, seguido do Chile (11%), da Colômbia (11%) e da Argentina (9%) e, por fim, temos o Equador (6%). 

Apesar de todo esse anseio por viagens, o brasileiro ainda terá que lidar e aceitar com algumas restrições, trazidas pelo contexto do COVID-19, quando o assunto é viagens internacionais:  

  • 54 países possuem restrições leves para viajantes brasileiros (apenas pessoas vacinadas ou com teste PCR negativado). 
  • 33 países possuem restrições moderadas para viajantes brasileiros (exigência de quarentena e com teste PCR negativado). 

68 países possuem restrições fortes para viajantes brasileiros (praticamente fechados)

 

 

Via: Decode

 

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