O diretor financeiro da Avianca, Adrián Neuhauser, disse que a companhia aérea precisa de um investimento do governo colombiano para sobreviver à crise atual. Ele acrescentou que a companhia aérea está disposta a fazer do governo um acionista, se isso for necessário para a sobrevivência da empresa.
Atualmente, a companhia aérea sul-americana está perdendo 90% de seus ganhos regulares. Ao mesmo tempo, a Avianca ainda tem a maioria de seus custos fixos, disse Neuhauser, durante uma entrevista.
Na semana passada, a Avianca afirmou que está inadimplente sob certas obrigações. Essa informação levou ao surgimento de “dúvidas substanciais” sobre o futuro da empresa. A companhia colombiana atrasou a publicação do seu Relatório Anual, e agora vai publicar no dia 14 de junho.
A Avianca paralisou toda a sua frota e está apenas operando alguns voos de carga. Os três países em que atua principalmente, Colômbia, Peru e El Salvador, fecharam suas fronteiras desde o mês passado e podem reabri-las em maio. Neuhauser acredita que haverá uma pequena operação comercial a partir do próximo mês.
Anko van der Werff, que é o atual CEO da Avianca, disse durante uma entrevista ele afirmou estar frustrado porque no ano passado a nova diretoria reestruturou a companhia aérea.
“Fizemos isso tão bem, e janeiro e fevereiro foram muito bons”, disse ele. Embora a Avianca tivesse US$ 894 milhões em custos pontuais no ano passado, foi para o bem maior até a chegada o coronavírus.
“O que temos em mente é algo comercial. Estamos dispostos a pagar, por exemplo, um empréstimo. A questão é que precisamos de liquidez, como todas as companhias aéreas que lidaram com seus governos.”
Neuhauser acrescentou que, sem o financiamento do Estado, a Avianca não tem como pagar o que deve. “Então a companhia aérea está pedindo um investimento, não uma doação, ele esclareceu.”
“Esse investimento deve ter um retorno adequado, composto por uma combinação de nós reembolsando a dívida e o governo se tornando um acionista. Não somos contra o governo ter participações na companhia aérea”, afirmou.
No momento, a Avianca não está divulgando quanto dinheiro precisa. Mas estimativa com base nas informações fornecidas pela Associação Internacional de Transporte Aéreo (IATA).
Recentemente, a IATA pediu uma linha de crédito de US$ 1,2 bilhão para todo o setor aéreo da Colômbia, disse Neuhauser. Além da Avianca, outras companhias aéreas que voam internamente na Colômbia são a Wingo, SATENA, LATAM e Viva Air Colombia.
Em abril de 2020, a Colômbia anunciou várias medidas de socorro para ajudar a indústria aérea. Por exemplo, estabeleceu uma linha de crédito de US$ 80 milhões para empresas afetadas pela queda na demanda de viagens, turismo e transporte.
O país também deu uma taxa de estacionamento sem custo para suas companhias aéreas. Além disso, adiou o imposto de turismo até 30 de outubro de 2020 e reduziu os impostos sobre passagens e combustíveis de 19% para 5% até dezembro de 2021.
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