O Ministério da Defesa da Rússia acusa a Força Aérea Real (RAF) britânica de ter violado seu espaço aéreo soberano com uma aeronave de inteligência RC-135 Rivet Joint, na segunda-feira (15). O avião-espião chegou a ser interceptado por um caça MiG-31.

O incidente teria ocorrido ontem, no Cabo Svyatoy Nos, no Mar de Barents. Segundo autoridades russas, o RC-135W ultrapassou os limites do espaço aéreo durante uma missão de coleta de dados. Como resposta, um caça MiG-31BM Foxhound foi enviado para interceptar o avião e forçar sua mudança de curso. 

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O percurso do jato da RAF, matrícula ZZ664 e operando com o número de voo RRR7255, foi registrado no site de rastreamento de voos Flightradar24. O RC-135W é uma aeronave dedicada à missões de vigilância e coleta de dados eletrônicos, equipada com uma série antenas pela fuselagem para a captação de múltiplos sinais. A RAF opera seus três RC-135W nos 51 e 54 Squadron, ambos com sede na Base Aérea de Waddington. 

A aeronave decolou da base de Waddington na manhã de segunda-feira, foi reabastecido por um avião-tanque KC-135 dos EUA sobre o Mar do Norte, passou pela Noruega e seguiu o voo até a Península de Kola. Apesar da acusação, os britânicos afirmam que o avião não cruzou a fronteira, permanecendo em espaço aéreo internacional durante o voo.

A região abriga uma série de bases da Frota do Norte da Marinha Russa. Segundo o Barents Observer, a Frota do Norte está realizando exercícios na região, inclusive com a presença do cruzador nuclear Pyotr Velikiye (Pedro, o Grande). 

Os voos de vigilância da OTAN perto das fronteiras da Rússia são rotineiros há bastante tempo. Também é normal que os russos despachem caças para acompanhar as aeronaves ocidentais, como ocorreu neste caso. 

Violações de espaço aéreo, no entanto, são raras. Apesar dos voos não terem qualquer relação com a guerra entre Ucrânia e Rússia, uma possível violação de espaço aéreo pode ter proporções um pouco maiores dada a situação geopolítica vivida na Europa.

Em março e abril, aeronaves russas violaram o espaço aéreo sueco. Em junho foi a vez da Estônia denunciar Moscou por conta de uma ação similar. 

Com informações de Barents Observer e UK Defence Journal.