Há 20 anos, a Airbus realizava o primeiro voo daquele que seria o menor avião da família já fabricado pela empresa. O Airbus A318 era lançado em 15 de janeiro de 2002 e se tornava a nova variante da família A320.

A intenção da fabricante europeia seria atender o mercado de jatos de mais ou menos de 100 à 120 passageiros, um nicho que Airbus não tinha. Anos antes, era lançado o Airbus A319, seguindo quase o mesmo conceito de encurtar uma aeronave já lançada que no caso era a versão A320.

O programa A318 foi lançado oficialmente em 1999 com capacidade máxima de 132 assentos, passou por intensos testes de certificação ao longo de três anos. Um outro motivo fez a fabricante europeia pensar em um avião menor porém semelhante aos já lançados, o custo de treinamento e adaptação de pilotos e comissários.

A Airbus adotou o conceito para atrair as companhias aéreas em razão da facilidade de mudança de carteira dos pilotos. Os cockpits da família A320 são semelhantes aos dos A330 e A340, o que reduz os custos da empresa que opera modelos da Airbus com treinamentos. 

Além do treinamento, como são modelos semelhantes mas não iguais, o A318 também poderia aproveitar de peças já existentes no mercado para seus ‘irmãos’ maiores. Carinhosamente apelidado de ‘Babybus’ devido ao seu tamanho, a aeronave já estava pronta e certificada para iniciar operações regulares.

O primeiro avião foi entregue à uma companhia aérea de baixo custo em julho de 2003, a entrega na ocasião foi para a Frontier dos EUA. Com grandes expectativas principalmente para companhias de baixo custo, a aeronave não conseguiu emplacar vendas. 

Ao todo foram apenas 81 encomendas para o A318, atualmente apenas 33 aeronaves do tipo estão em operação. Curiosamente apenas duas companhias aéreas operam o ‘babybus’, a Air France com 12 aeronaves em sua frota e a Tarom com 4 aviões. 

Recentemente a British Airways aposentou seus A318, a companhia utilizava uma configuração totalmente executiva no ‘pequeno’ avião em um serviço transatlântico de Londres para New York.

Confira a baixo como era o interior executivo da British Airways.

Um fator que contribuiu para o jato não emplacar nas vendas foi que a EASA e a FAA, órgãos que regulam a aviação na Europa e EUA respectivamente, não classificaram a aeronave como regional.

Para que o ‘Babybus’ pudesse operar em aeroportos menores com aviões de tamanho semelhante seria necessário o pagamento de taxas mais altas, o que tornou economicamente inviável para as companhias aéreas.

Com a concorrência de aviões mais novos, como o Embraer 190/195 que viria ser lançado anos depois, o ‘bonitinho’ jato da Airbus teve sua fabricação encerrada em 2013, apenas dez anos depois da primeira entrega. A crise aérea causada pelo 11 de setembro, também cooperou para os planos da fabricante não serem bem sucedidos.

É muito provável que o Airbus A318 não conseguiria sobreviver nos dias atuais, principalmente com o novo projeto A220 que vem conquistando novas vendas com muita frequência. 

No Brasil ainda vimos a Avianca Brasil operar o modelo no país, sendo a única empresa a possuir o modelo em sua frota. Na época a companhia precisava substituir os antigos Fokker 100 (MK-28) e encontrou uma grande oferta pelos antigos aviões da Mexicana e da LAN.

O ‘Babybus’ ainda sobrevive nas asas da Air France e Tarom, mas logo não o veremos mais voando. O A318 deve sair de cena totalmente em breve com um histórico de acidentes impecável, até hoje nenhum acidente com o modelo foi registrado. Com as lições do passado, o A220 chegou e já faz diferente do que aconteceu há pouco mais de 20 anos com o A318.