A Federal Aviation Administration (FAA) aprovou na noite desta última terça-feira (17) o retorno das operações de voos comerciais com o Boeing 737 MAX, através da retirada da proibição de voos, e a autorização da implementação de atualizações que corrigem os erros da aeronave.
O documento da FAA detalha que os aviões já entregues podem retomar os voos após uma série de atualizações de software, requeridas para corrigir os problemas que levaram a paralisação dos voos desde o dia 13 de março de 2019.
As companhias também devem treinar e certificar os seus pilotos e tripulantes de acordo com os novos manuais, produzidos pela nova certificação e considerando as autorizações no software de voo e principalmente no MCAS, principal problema enfrentado pelo Boeing 737 MAX.
As expected, it is now official: the @FAANews has published a Recission of the Emergency Order of Prohibition for the 737 MAX.#avgeek pic.twitter.com/c04M5jAIzk
— Seth Miller (@WandrMe) November 18, 2020
A avaliação de retorno do 737 MAX está sendo realizada em conjunto com quatro agências reguladoras da aviação, incluindo a ANAC do Brasil. O objetivo é reforçar a segurança da avaliação, e possibilitar um retorno imediato do 737 MAX em diversos países. A autorização da FAA é um start para outros países também autorizarem o retorno da aeronave.
Com relação às aeronaves 737 MAX não entregues da Boeing, a FAA fará avaliações individuais de cada aeronave pessoalmente. Em seguida, concederão o certificado de navegabilidade e os certificados de exportação, se necessário, para cada uma das aeronaves.
“As companhias aéreas que estacionaram suas aeronaves Max devem realizar a manutenção necessária para prepará-las para voar novamente”, disse a FAA.
“Nunca esqueceremos as vidas perdidas nos dois trágicos acidentes que levaram à decisão de suspender as operações”, disse o presidente-executivo da Boeing, David Calhoun. “Esses eventos e as lições que aprendemos como resultado remodelaram nossa empresa e focalizaram ainda mais nossa atenção em nossos valores fundamentais de segurança, qualidade e integridade.”
“O projeto e a certificação desta aeronave incluíram um nível sem precedentes de análises colaborativas e independentes por autoridades da aviação em todo o mundo. Esses reguladores indicaram que as mudanças no projeto da Boeing, juntamente com as mudanças nos procedimentos da tripulação e aprimoramentos de treinamento, darão a eles a confiança para validar a aeronave como segura para voar em seus respectivos países e regiões”, disse a FAA. “Após o retorno ao serviço, a FAA continuará a trabalhar em estreita colaboração com nossos parceiros estrangeiros da aviação civil para avaliar quaisquer melhorias adicionais potenciais para a aeronave.”
“A mudança permitirá que as companhias aéreas que estão sob a jurisdição da FAA, incluindo aquelas nos Estados Unidos, tomem as medidas necessárias para retomar o serviço e a Boeing comece a fazer as entregas”, acrescenta Boeing.
Ainda há cerca de 450 aviões estocados, que deverão ser entregues ao longo dos últimos dias de 2020 e de todo o ano de 2021.
No Brasil, a principal beneficiada desta medida é a GOL, que tem cerca de 100 encomendas totais para o Boeing 737 MAX. Atualmente a GOL já tem 7 aviões deste modelo na sua frota, e a fabricante norte-americana já fabricou (e estocou) cerca de 13 aviões para a GOL.
A GOL é uma das principais companhias aéreas do mundo que operam o 737 MAX e tem uma malha fundamental com a capacidade operacional do avião. Os voos para Miami e Orlando a partir de Brasília e Fortaleza eram operados exclusivamente com aeronaves deste novo modelo devido a sua autonomia de voo.
Quer receber nossas notícias em primeira mão? Clique Aqui e faça parte do nosso Grupo no Whatsapp ou Telegram.