Boeing 747-100 de testes da GE realiza o seu último voo

Motor GE90-115b sendo testado em 2002. Foto - GE Aviation

Uma icônica plataforma de teste de motores da GE, o Boeing 747-100, realizou hoje o seu último voo, de Victorville para Tucson, ambas cidades dos Estados Unidos.

Em Tucson o jato estará disponível na exposição do Museu Pima Air and Space. Em Victorville a aeronave estava armazenada desde 2017, quando a GE substituiu o avião por um Boeing 747-400, mais atualizado e que suporta os motores de nova geração.

O 747-400 ex-Japan Airlines foi comprado pela empresa em 2010 para ser o novo banco de testes em voo, ele já está operando com um motor GE9X na sua asa, o maior turbofan do mundo.

Você pode acompanhar como foi este último voo Clicando Aqui, através de um rastreamento ADS-B do FlightRadar 24.

A história desse 747-100 é grande, a aeronave foi entregue pela Boeing no dia 17 de outubro de 1969, a companhia responsável por receber esse avião foi a Pan American World Airlines, que já aproveitou para fazer o primeiro voo no dia 3 de março de 1970. 

Aeronave originalmente nas cores da Pan Am. Foto – GE Aviation

Só pela Pan Am esse Boeing 747-100 voou por 21 anos, acumulando mais de 86 mil horas de voo, a maioria em regime intercontinental, o que explica também o baixo número de ciclos, apenas 18 mil.

Depois da Pan Am falir, a GE Aviation comprou em 1992 a aeronave para compor a sua frota de testes, para isso a empresa retirou todos os assentos e no lugar instalou uma estação de testes, com vários computadores. Um reforço foi realizado na asa esquerda, que receberia os novos motores da GE, e a empenagem traseira também foi reforçada, para resistir melhor aos esforços estruturais durante os testes.

CFM Leap-1 sendo testado em 2015. Foto – GE Aviation

“Eu fiz parte do esforço para comprar o avião. Eu passei por todo o processo, pegando o avião, selecionando o avião, equipando o avião, especificando o que precisávamos e quem faria as modificações, desde o sistema de dados, passando pela engenharia, até a instalação dos motores”, disse Phil Schultz, piloto de testes e engenheiro da GE Aviation.

E depois de operar por 21 anos na Pan Am, o Boeing 747-100 de testes ainda encarou mais 25 anos de operações na GE, completando 3600 horas de voo neste período. Era muito versátil, só trocar o pylon e o avião já poderia receber um motor diferente na asa esquerda, foram vários motores testados, entre eles estão o GE90 e suas variantes, o GEnx que equipa o 747-8 e o 787, o GP7200 da Engine Alliance que equipa o A380, o CF34 que equipa o E-Jet da Embraer e também os motores CFM 56 e CFM Leap da CFM Internacional.

Motor do 737 NG (CFM 56) sendo testado em 1996. Foto – GE Aviation

“Nós fizemos coisas com o 747 durante os testes em voo que ninguém faria com qualquer avião”, disse Schultz. “Nós empurramos os motores para os seus limites – dia após dia, operando com gelo, alto ângulo de ataque, clima terrível e várias outras condições de operação para garantir que um piloto, em qualquer aeronave e em qualquer lugar, tenha a capacidade de obter potência a qualquer momento e em qualquer condição climática, para obter o que é preciso.”

Motor GE90 em testes no 747-100 da GE em 1992. Foto – GE Aviation

“O 747 é um dos melhores aviões feitos na história da humanidade na minha opinião. Muito estável, fácil de voar e extremamente confiável. Definitivamente sinto falta do 747-100 Flying Test Bed”, disse Gary Possert, piloto de testes aposentado da GE Aviation, que fez 705 voos com essa aeronave.

 

 

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