A Boeing ainda está avaliando qual segmento do mercado de aeronaves comerciais deve abordar no próximo programa de desenvolvimento de aeronaves, sugerindo opções que não sejam o novo NMA (New Mid-Market Airplane) proposto.
Falando ontem (29) durante a divulgação dos dados financeiros de 2019, o executivo-chefe da Boeing, David Calhoun, também insiste que a empresa não projetará sua próxima aeronave puramente como uma resposta ao popular Airbus A321neo.
“Pedimos à equipe que recuasse e reavaliasse nossa estratégia comercial de desenvolvimento de produtos para determinar que família de aviões será necessária no futuro”, diz Calhoun.
Por vários anos, a Boeing falou em lançar o NMA, uma aeronave para o mercado de 220 a 270 assentos e alcance de 7400 a 9300 km. Porém, a Boeing precisou deslocar uma grande quantidade de engenheiros novamente para o programa do 737 MAX, e juntamente com a crise na empresa, acabou por atrasar o projeto do NMA.
A Boeing não reagirá de maneira instintiva, apressando uma aeronave para competir com o A321XLR, de acordo com Calhoun.
“Essa é uma decisão que eu e nosso novo líder de aeronaves comerciais desejamos tomar. Não projetaremos nosso próximo avião com base no A321”, diz ele. “Eu sei para onde a NMA está direcionada agora. Quero ter certeza de que entendo tudo sobre o mundo dos de corredor único ou duplo.”
Sem abordar detalhes específicos, Calhoun insiste que o próximo programa de aeronaves da Boeing utilizará ferramentas que o “diferenciarão” significativamente dos produtos concorrentes.
“Quero garantir que tenhamos um avião em que acredito”, diz Calhoun. “Assim que chegarmos a uma [definição] sobre o que queremos fazer, avançaremos muito rapidamente”.
O NMA foi incorporado em um plano mais amplo da Boeing para transformar seu sistema de produção, disseram analistas. A aeronave teria apenas melhorias tecnológicas incrementais, mas serviria como uma plataforma pela qual a Boeing começaria a modernizar os seus conceitos, em preparação para o lançamento de um substituto do 737, uma aeronave apelidada de Future Single Aisle (FSA).
Richard Aboulafia, analista da indústria do Teal Group, sugere que a Boeing pode rejeitar o NMA e, em vez disso, passar direto ao desenvolvimento do FSA. Talvez, ele diz, o FSA possa incluir uma variante maior adequada para o segmento de mercado intermediário.
“Também é possível que eles não façam nada e simplesmente continuem devolvendo dinheiro aos acionistas. Isso seria desastroso para a posição de mercado da empresa”, diz Aboulafia.
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