No final da semana passada, surgiram as notícias de que dois funcionários da Boeing haviam enviado mensagens instantâneas um ao outro, em 2016, discutindo possíveis problemas com o sistema MCAS no 737 MAX.
Nessa complicada situação, a Boeing emitiu um comunicado neste último domingo (21/10) para “esclarecer” a troca de mensagens entre os seus ex-funcionários.
De acordo com a Boeing, as mensagens entre seus ex-funcionários foram trocadas se referindo a um software de simulador, que emulava o 737 MAX em voo. A Boeing observa que o ex-funcionário, Mark Forkner, um piloto-chefe técnico que ajudou a desenvolver treinamentos e manuais, desde então reconheceu isso por meio de seus representantes legais.
As mensagens foram trocadas por um curto período de tempo em um dia, enquanto a Boeing estava trabalhando com a FAA para obter a certificação de segurança necessária para colocar o 737 MAX no ar.
Para a Boeing, o documento com as mensagens é inútil, e não retrata a realidade.
Em comunicado, a Boeing disse:
Entendemos e lamentamos a preocupação causada pelo lançamento na sexta-feira de uma mensagem instantânea de 15 de novembro de 2016 envolvendo um ex-funcionário da Boeing, Mark Forkner, um piloto técnico envolvido no desenvolvimento de treinamentos e manuais. E lamentamos especialmente as dificuldades que a publicação deste documento apresentou para a Administração Federal de Aviação dos EUA (FAA) e outros reguladores.
É lamentável que este documento, que foi fornecido no início deste ano aos investigadores do governo, não possa ser divulgado de maneira a permitir explicações significativas.
Embora não tenhamos conseguido falar diretamente com o Sr. Forkner sobre sua compreensão do documento, ele declarou através de seu advogado que seus comentários refletiam uma reação a um programa de simulador que não estava funcionando adequadamente e ainda estava sendo testado. Continuamos a investigar as circunstâncias dessa troca e estamos comprometidos em identificar todos os fatos disponíveis relacionados a ela e em compartilhar esses fatos com as autoridades reguladoras e de investigação apropriadas.
A Boeing se envolveu em um processo extenso com a FAA para determinar os requisitos de treinamento de pilotos para o 737 MAX 8. Esse processo foi um esforço complexo e plurianual que envolveu um grande número de indivíduos na Boeing e na FAA. Esse esforço em si foi apenas parte de um processo regulatório muito maior para o design, desenvolvimento e certificação do 737 MAX 8.
Nesse processo regulatório, a Boeing informou a FAA sobre o (MCAS) para baixas velocidades, inclusive informando a FAA e os reguladores internacionais em várias ocasiões sobre a configuração final do MCAS. O processo também incluiu a avaliação do MCAS em configurações de baixa velocidade para treinamento e certificação. O software do simulador usado durante a sessão de 15 de novembro ainda estava em testes e qualificação e não havia sido finalizado, mas também previa a operação do MCAS em baixa velocidade. Separadamente, uma versão de baixa velocidade do MCAS foi instalada nos aviões usados para testes de voo relacionados ao treinamento administrados pela FAA em agosto de 2016. E o pessoal da FAA também observou a operação do MCAS em sua configuração de baixa velocidade durante os testes de voo de certificação,
Entendemos inteiramente o escrutínio que esse assunto está recebendo e estamos comprometidos em trabalhar com as autoridades investigativas e o Congresso dos EUA enquanto continuam suas investigações.
Estamos profundamente tristes e fomos humilhados por esses acidentes e estamos totalmente comprometidos em aprender com eles. Desenvolvemos melhorias no 737 MAX que garantirão que acidentes como esses nunca mais ocorram e estamos comprometidos em continuar trabalhando em estreita colaboração com a FAA e os reguladores globais para garantir o retorno seguro do MAX ao serviço.