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Boeing modifica indicador de combustível no 777 após incidentes de discrepância em voo

A Boeing está desenvolvendo uma modificação para os 777 de passageiros e cargueiros, após a descoberta de um problema de discrepância de combustível envolvendo o tanque da asa central.

A modificação segue pelo menos 25 ocorrências de disparidade entre o indicador de quantidade de combustível da aeronave para o tanque central, e a quantidade elevada de caminhões de reabastecimento, após o que a tripulação recebeu uma mensagem de ‘combustível discordante’ ou ‘combustível insuficiente’ dentro de 3 horas após a decolagem.

Pelo menos 16 dessas ocorrências levaram a tripulação a continuar o voo, após o que seis aeronaves chegaram ao seu destino, enquanto 10 tiveram que pousar em um aeroporto de desvio.

O Boeing 777 possui um tanque de asa central de 98700 litros, mais um tanque de asa esquerda e direita, cada um com capacidade de 35200 litros. O problema afeta apenas o tanque central.

A investigação da situação insuficiente de combustível levou a questão a uma “falha de projeto” no sistema de indicação de quantidade de combustível, diz uma diretriz da FAA dos EUA.

Essa falha resulta em um cálculo inadequado da densidade do combustível e leva o indicador a mostrar uma quantidade de combustível diferente daquela realmente presente no tanque da asa central.

“Em quase todos os eventos, o [indicador] mostrou mais combustível do que a quantidade real de combustível no [tanque], resultando em menos combustível na [aeronave] do que a carga de combustível necessária para a missão”, diz a diretriz.

A FAA também afirma que a discrepância também pode funcionar de outra maneira, com o indicador sugerindo menos combustível que o total do tanque, e como resultado, temos a aeronave levando mais do que o necessário. Isso ocorre porque o sistema de abastecimento usa o indicador da aeronave para interromper o processo de abastecimento.

O sistema de combustível requer uma medição de volume, que envolve cálculos que consideram a massa de combustível e levam em consideração o combustível restante no tanque do voo anterior. Esses cálculos não são fáceis, afirma a FAA, e são “propensos a imprecisões significativas”.

Embora os procedimentos de abastecimento exijam verificações para aferir se o combustível correto entrou nos tanques da aeronave, existem evidências de que essa verificação às vezes “não é realizada ou é realizada incorretamente”.

Se a aeronave partir posteriormente com combustível insuficiente, seu sistema de gerenciamento de combustível normalmente indicará anomalias de quantidade nas primeiras 3 horas de voo, exigindo que a tripulação realize verificações de vazamento ou considere voltar para o aeroporto de origem, ou alternar para outro aeroporto.

A decisão de prosseguir com o voo, aponta a FAA, apresenta o risco potencial de falta de combustível antes que a aeronave possa pousar em seu destino ou chegar ao aeroporto de alternativa.

Embora a Boeing esteja desenvolvendo uma modificação para o 777, a FAA diz que há uma “urgência” na situação que requer medidas de segurança provisórias.

Desta forma, os operadores deverão realizar uma verificação dupla na indicação da quantidade de combustível do tanque da asa central por meio de um novo procedimento, chamado ciclo da porta da estação de reabastecimento, a ser realizado após qualquer abastecimento do tanque central.

Este procedimento envolve acessar a porta da estação de reabastecimento na asa esquerda, fechá-la por alguns segundos, reabrir a porta e aguardar a redefinição da quantidade de combustível. Se as quantidades dos tanques de combustível estiverem incorretas, a carga de combustível deverá ser ajustada e o procedimento de conferência repetido.

A diretriz também exige que o manual de voo da aeronave seja revisado para incluir o reconhecimento da tripulação de que recebeu uma notificação de que o procedimento de verificação manual foi realizado.

Depois que a modificação da Boeing para o sistema indicador de quantidade de combustível do 777 for desenvolvida, aprovada e disponível, a FAA diz que pode considerar a possibilidade de emitir novas regras de operação.

 

 

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