Mais notícias ruins para Boeing surgiram essa semana: a Força Aérea dos EUA identificou mais dois problemas no novo reabastecedor KC-46A Pegasus, produzido pela fabricante de Seattle. Os dois são considerados de Categoria 1, a mais grave, onde pode impedir a operação da aeronave.
A USAF descobriu que tubos de drenagem no receptáculo de reabastecimento, usados para remover água da aeronave, podem rachar quando o avião-tanque opera em baixas temperaturas, disse a organização respondendo a questionamentos do portal Defense News. Segundo a USAF, esse problema já ocorreu cerca de três vezes, quando a água nos tubos congelou e se expandiu, formando rachaduras no sistema.
O outro problema é um bug de software no Sistema de Gerenciamento de Voo (FMS) que, segundo a Boeing, desencadeou “anomalias de navegação”, acrescentando que o problema não tornou a aeronave menos segura e que cada KC-46 já foi liberado para voar.
A USAF, que já recebeu 46 unidades do problemático avião, afirma que esse problema se limitou a “incidentes isolados”, mais recentemente durante um voo no dia 03 de março sobre o Oceano Pacífico. A tripulação usou “outros métodos de navegação e não declarou uma emergência durante o voo” antes de pousar com segurança em Honolulu, disse a Força Aérea.
“A Boeing tratará de ambas as questões às suas próprias custas”, disse o porta-voz da Força Aérea, Capitão Josh Benedetti, em um comunicado. “Não há restrições operacionais para os KC-46 em serviço devido a qualquer uma dessas deficiências”, disse ele. “O [escritório do programa] e a Boeing estabeleceram processos operacionais e procedimentos de manutenção para mitigar os impactos e garantir que os problemas não adicionem risco extra ao pessoal, aeronave ou operações.”
Como estratégia de curto prazo para lidar com o problema do tubo do receptáculo de reabastecimento aéreo rachado, a Boeing emitiu orientações de inspeção para a Força Aérea para mitigar fatores de risco conhecidos. A USAF também explica que para consertar permanentemente o problema, no entanto, será necessário redesenhar os tubos da linha de drenagem e reformar os KC-46 existentes com a modificação.
Enquanto isso, a General Electric, subcontratada da Boeing para o FMS, já está testando uma correção de software destinada a resolver problemas de estabilidade. Orientações e procedimentos pré-voo atualizados também foram entregues aos tripulantes.
Os dois novos problemas de Categoria 1 se juntam a outros problemas antigos que “assombram” a aeronave, com destaque para as falhas do Remote Vision System (RVS), que tem problemas nas câmeras e o conjunto de sensores que transmitem imagens para os operadores da lança que conduzem o reabastecimento em voo (REVO).
O Bridge Tanker pode ser uma chance para o Airbus A330 MRTT, principalmente concorrente do reabastecedor da Boeing por ser o único com lança, ou seja, fora o KC-46, é o único que pode atender os requisitos da Força Aérea dos EUA.
Na primeira concorrência para novos aviões-tanques, o avião europeu, na época chamado de KC-45A para a aquisição, chegou a ser anunciado como vencedor, mas a Boeing acabou por entrar na justiça. Em 2011, a fabricante americana foi escolhida.
Hoje, já existem mais de 60 A330 MRTT em serviço em países como Austrália, Inglaterra, Coreia do Sul, Singapura, França e outros. O avião de REVO também será usado como o reabastecedor operado em conjunto por países membros da OTAN, aliança militar liderada pelos EUA.
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