A Rússia continua sendo destaques nas notícias mundiais e envolvida em decisões no setor aéreo. A Boeing, fabricante norte-americana decidiu suspender a compra de titânio vindo do território russo através da estatal VSMPO-AVISMA.

A Boeing seguiu pelo caminho contrario da Airbus que continua investindo e comprando titânio para fabricação de suas aeronaves. 

A fabricante dos EUA disse que ainda há um bom estoque do material para a produção de suas aeronaves. A notícia da suspensão foi divulgada inicialmente pelo Wall Street Journal e confirmada pela Reuters.

“Suspendemos a compra de titânio da Rússia. Nosso estoque e diversidade de fontes de titânio fornecem suprimento suficiente para a produção de aviões”. Disse a Boeing em comunicado.

O chefe da empresa estatal russa que fornece materiais em titânio, VSMPO-AVISMA, fez criticas à fabricante norte-americana pela suspensão do contrato. O contrato da estatal com a Boeing havia sido renovado há pouco mais de quatro meses durante o Dubai Air Show.

No novo contrato, a Boeing afirmou que iria manter a estatal russa como sua principal fornecedora de titânio.

Além disso, as empresas concordaram em ampliar o contrato para desenvolverem juntas outros materiais através de uma joint venture.

“Lamentamos sinceramente que os contratos com nosso parceiro de longo prazo estejam suspensos. Agora estamos reorientando nossa política de vendas para outros mercados”. Disse Dmitry Osipov, Presidente-Executivo da VSMPO-AVISMA em comunicado.

Apesar das sanções impostas à Rússia e diversas áreas, nenhuma foi direcionada para a VSMPO-AVISMA, que possui um importante papel no fornecimento de materiais para a indústria aeronáutica, automobilística e naval. 

Além disso, a estatal russa possui cerca de 25% de participação no conglomerado de defesa russo, a Rostec, empresa que também fabrica aeronaves. 

Se por um lado a Boeing suspendeu um contrato recém renovado, a Airbus manteve a compra de titânio vindo da Rússia e também de outros países. 

Através de um comunicado, a fabricante europeia disse que estava mantendo o fornecimento por meio de seus fornecedores de primeira linha mas que tudo estava em conformidade com as novas sanções. 

A Airbus ainda reforçou ainda que depende da Rússia para pelo menos metade de suas demandas que dependem de titânio. A VSMPO-AVISMA é uma das principais fornecedoras da Airbus, enquanto para a Boeing esse fornecimento fica próximo de um terço.

Apesar do comunicado que mantém o fornecimento, a Airbus não respondeu o questionamento sobre o atual contrato com a empresa russa. 

A fabricante europeia utiliza os materiais russos em seus aviões e também em boa parte de seus helicópteros. 

Com informações, Reuters.