Os investigadores ucranianos realizarão o trabalho técnico nos gravadores de voz e de dados de voo recuperados do Boeing 737-800, que caiu em Teerã.

Este trabalho será acompanhado por especialistas da autoridade de investigação francesa BEA, após discussões entre o presidente ucraniano Volodymyr Zelensky e seu colega francês Emmanuel Macron.

A BEA havia negado anteriormente que havia sido solicitada a fornecer assistência na extração de informações dos gravadores, mas desde então confirmou que “participará” do trabalho “que será realizado na Ucrânia”.

Ele enfatiza que a agência iraniana de investigação de acidentes permanece responsável pela investigação do acidente envolvendo o voo PS752 da Ukraine International Airlines.

Anteriormente o Irã se recusou a entregar as duas caixas-pretas do Boeing 737, logo depois disse que só não entregaria à Boeing e aos EUA, mas após assumir a autoria e divulgar que atingiu a aeronave com um míssil, o Irã concordou em entregas as duas caixas-pretas para autoridades de outros países, com capacidade de extrair as informações.

Zelensky havia conversado anteriormente com Macron durante o qual os dois lados haviam concordado com o “envolvimento” de especialistas franceses na “decifração” das informações das caixas-pretas, afirma o gabinete do presidente ucraniano.

Macron prometeu apoiar uma investigação abrangente sobre o acidente e a acusação dos responsáveis.

O escritório de Zelensky acrescenta que a França iniciou um procedimento formal para abrir uma investigação internacional através da ICAO.

Ele disse que uma equipe de investigadores ucranianos enviados para Teerã depois do acidente trabalhou de forma “ininterrupta”, e que seus esforços ajudaram o país a revelar a verdade.

Os investigadores ucranianos estão realizando um trabalho para reconstruir o avião, assim como fizeram no acidente com o voo MH17 da Malaysia Airlines.

Destroços encontrados em solo apontam para uma ogiva do míssil russo terra-ar Tor 9K331, que tem a característica de explodir a uma distancia entre 10 a 20 metros do alvo, causando danos por dispersão de fragmentos.

O voo PS752 transportava 167 passageiros e 9 tripulantes a bordo, a aeronave Boeing 737-800 da Ukraine Internacional Airlines cumpria a rota entre Teerã e Kiev.

Oitenta e dois iranianos, 63 canadenses e 11 ucranianos morreram no acidente, que ocorreu entre as cidades de Parand e Shahriar. Também havia 10 suecos, quatro afegãos, três alemães e três britânicos entre as vítimas.

Somente oito dos canadenses do voo não tinham dupla-nacionalidade com o Irã, ou seja, não eram iranianos.

A aeronave envolvida, de matrícula UR-PSR, tinha apenas três anos de uso, de acordo com dados do site Air Fleets.

Com informações de FlightGlobal.