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China envia 68 aviões militares para o Estreito de Taiwan

J-10 China

O Exército de Libertação Popular da China (PLA) está conduzindo uma série de exercícios militares após a visita de Nancy Pelosi em Taiwan. Nesta sexta-feira (05), o Ministério da Defesa Taiwanês (MND) informou que 68 aviões e 13 embarcações chinesas entraram no Estreito de Taiwan, um número recorde. 

O maior número registrado até então era de 56 aviões, durante uma série de incursões realizadas em outubro de 2021. Outubro é o mês em que os dois países celebram seus respectivos dias nacionais, a China no dia 01 e Taiwan no dia 04. 

F-16 H-6 taiwan China
F-16A de Taiwan interceptando um bombardeiro chinês H-6. Foto: Força Aérea Taiwanesa.

Agora, o PLA acaba de quebrar seu recorde de aeronaves naquela região, em um momento em que as tensões entre Pequim, Taipé e Washington estão em pico. 

Pelo Twitter, o MND disse que 68 aviões e 13 navios foram enviados pelo PLA para atividades no Estreito na manhã desta sexta-feira. O Ministério ainda afirma que parte destes vetores “cruzou a linha mediana e comprometeu o status quo do estreito.”

“As Forças Armas da República da China responderam a tal situação de acordo, com sistemas de vigilância, aeronaves CAP [Patrulha Aérea de Combate], embarcações e sistemas de mísseis. Condenamos tal ação que perturbou nosso espaço aéreo e águas circundantes e continuamos a garantir nossa democracia e liberdade livre de ameaças”, disse o MND na rede social. 

O MND reporta que 49 aeronaves foram acompanhadas na Zona de Identificação de Defesa Aérea (ADIZ), além da linha mediana. A incursão foi composta por 24 caças Su-30MKK, 10 J-16, sete J-10, seis J-11 e aviões Y-8 de guerra eletrônica e antissubmarino (um de cada). Outras 19 aeronaves entraram na ADIZ mas permaneceram fora do marco, que não é reconhecido por Pequim.

Outra fonte de Taiwan falou à Reuters que 10 embarcações chinesas cruzaram a linha e permaneceram lá, enquanto outras 20 aeronaves cruzaram a linha e voltaram posteriormente.

Um vídeo divulgado pela Força Aérea do PLA (PLAAF) mostra a ilha de Taiwan vista por um dos caças que esteve nas incursões mais recentes. 

Além dos navios e aeronaves, a China também tem disparado mísseis como parte de seus exercícios conjuntos, uma clara demonstração de poder contra Taiwan. Cerca de cinco mísseis balísticos de curto alcance DF-15 caíram na Zona Econômica Exclusiva (ZEE) do Japão, contribuindo para o aumento de tensões na região.

Como esperado, as ações da China foram condenadas pelos EUA. Antony Blinken, Secretário de Estado norte-americano, disse que as manobras são provocativas e que não há justificativa para as ações chinesas. Ao mesmo tempo, Blinken enfatizou que os EUA buscam resolver a crise.

A Casa Branca cancelou um teste com seu principal míssil balístico intercontinental, o LGM-30G Minuteman III, a fim de evitar maiores desentendimentos. O mesmo ocorreu em março, quando um teste com o mesmo míssil foi adiado por conta da invasão da Rússia na Ucrânia.

O porta-voz da Casa Branca, John Kirby, confirmou ao The Washington Post que o embaixador da China nos EUA, Qin Gang, foi chamado à residência presidencial para falar sobre as recentes ações da China. Estas foram categorizadas por Blinken como uma “reação exagerada” à recente visita de Nancy Pelosi, presidente da Câmara de Representantes, ao país. 

Pequim, por outro lado, diz que a visita foi uma “ação viciosa e provocativa”. A China já havia ameaçado EUA e Taiwan sobre a visita antes mesmo dela ocorrer, afirmando que os americanos seriam responsabilizados. 

Agora, os olhos do mundo parecem ter se desligado um pouco da guerra na Europa, voltando a observar os desenvolvimentos entre Taiwan, China e EUA, à medida que as relações entre os países vão piorando. 

 

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Gabriel Centeno

Autor: Gabriel Centeno

Estudante de Jornalismo na UFRGS, spotter e entusiasta de aviação militar.

Categorias: Militar, Notícias, Notícias

Tags: caças, China, EUA, Taiwan, usaexport