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China: surto de Covid-19 atrasa lançamento de novo porta-aviões

Type 003 China porta-aviões construção

O mais recente surto de Coronavírus em Xangai trouxe atrasos na construção e lançamento do novo porta-aviões da marinha chinesa, o Type 003, revelaram fontes. 

Conforme Minnie Chan, do South China Morning Post, fontes anônimas disseram que o surto de Covid-19 atrasou a entrega de componentes essenciais da nova embarcação. Além disso, funcionários da planta de construção naval foram redistribuídos para combater o coronavírus. 

Esperava-se amplamente que a Marinha do Exército de Libertação Popular (PLAN) lançasse o novo porta-aviões por volta do 73º aniversário da marinha, em 23 de abril. “Mas o plano enfrenta atrasos, pois a pandemia desenfreada em Xangai atrasou o transporte de alguns componentes-chave”, disse uma das fontes, que pediu anonimato devido à sensibilidade da questão.

O Type 003 está sendo construído no estaleiro Jiangnan, na ilha de Changxing, em Xangai, desde 2017 e deve estar pronto para o lançamento no ainda no início deste ano. Imagens de satélite recentes, obtidas pelo Google Earth, mostram que a construção do navio de quase 320 metros de comprimento está quase concluída.

South China Morning Post/Google Earth.

Nas imagens é possível observar que as três catapultas foram cobertas, indicando que foram concluídas. No entanto, os dois elevadores usados para levar aeronaves do hangar para o convoo ainda não foram instalados completamente. 

O novo porta-aviões chinês é o primeiro desenvolvido no país e o primeiro a ser equipado com catapultas eletromagnéticas, similares às encontradas nos novos porta-aviões da Classe Ford dos Estados Unidos. Os outros dois porta-aviões chineses, Liaoning e Shandong, foram baseados em uma embarcação da antiga União Soviética e usam uma rampa para lançar suas aeronaves. 

A rampa (sistema STOBAR), apesar de ser mais simples e barata, não permite que os aviões decolem com sua carga total de combustível e armamento. Já as catapultas (CATOBAR) são muito mais caras e complexas, mas podem lançar caças plenamente carregados ou aeronaves maiores e mais pesadas, como o Xian KJ-600, uma cópia chinesa do turboélice E-2 Hawkeye norte-americano. 

Type 003 porta-aviões China
Projeção artística do Type 003 com aeronaves J-35, J-15 e KJ-600. Arte: Ship Knowledge via Poder Naval.

Xangai, o maior porto de contêineres do mundo, está enfrentando uma carteira de remessas enquanto tenta acabar com um surto grave de Covid-19 de semanas por meio de uma combinação de bloqueios e testes em massa, uma abordagem conhecida como “covid zero dinâmico”, aponta o SCMP.

“De fato, o estaleiro de Xangai está com falta de pessoal porque quase todas as empresas estatais locais precisam transferir uma certa quantidade de mão de obra para ajudar na campanha antipandemia em andamento”, disse a fonte.

A China State Shipbuilding Corporation (CSSC) disse que o estaleiro contribui para a luta contra o Covid-19 desde 22 de março, construindo três hospitais temporários com mais de 4.400 leitos na ilha de Changxing em uma semana.

Foto: Liu Jin/AFP via G1.

A fonte disse que a pandemia também atrasaria os planos de construir dois navios de abastecimento naval. “As obras de construção dos dois navios de abastecimento naval só serão iniciadas quando o estaleiro do porta-aviões estiver vazio. Mas agora está tudo travado”, acrescentou.

Outra fonte próxima aos militares chineses disse que a Marinha estava planejando um grande lançamento para o terceiro porta-aviões, pelo menos no mesmo nível que o de 2017 para o Shandong, o primeiro porta-aviões a ser construído na China.

O Type 002 Shandong é o segundo porta-aviões chinês e o primeiro construído na China.

“Uma grande cerimônia precisa de muita gente. Mas é muito arriscado e difícil reunir muitas pessoas no espaço limitado de um porta-aviões, dado o quão contagiosa é a variante Omicron”, disse a segunda fonte.

A primeira fonte disse que o novo porta-aviões provavelmente se chamará Jiangsu, seguindo o protocolo de nomear os navios com nomes de províncias costeiras, começando de norte a sul. 

O primeiro porta-aviões da China, o Liaoning, é até agora o único porta-aviões chinês com capacidade operacional inicial, ou o nível básico de prontidão de combate. O navio era, originalmente, o porta-aviões Riga da Classe Kuznetsov da URSS, mais tarde rebatizado como Varyag. Com a dissolução da União Soviética, o Varyag ficou com a Ucrânia e foi posteriormente vendido à China, que o reformou e batizou como Liaoning (Type 001). 

J-15 decolando do porta-aviões Liaoning.

Nenhuma razão oficial foi dada para o segundo porta-aviões da China, o Shandong (Type 002), não ter atingido o estágio de prontidão para o combate.

A estrutura do navio foi baseada em seu navio irmão, mas sua construção interior, sistemas de armas e operações de treinamento estão mais próximas dos porta-aviões da classe Nimitz dos EUA, que se unem a destróieres, fragatas, submarinos de ataque e navios de suprimentos para formar os chamados Grupos de Ataque e Porta-aviões (CSG). 

Os atuais porta-aviões da China, incluindo o Type 003, são de propulsão convencional, mas relatórios do SCMP indicam que a próxima embarcação será alimentada por reatores nucleares. 

 

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Gabriel Centeno

Autor: Gabriel Centeno

Estudante de Jornalismo na UFRGS, spotter e entusiasta de aviação militar.

Categorias: Militar, Notícias, Notícias

Tags: China, COVID-19, Porta-Aviões, usaexport