Chineses aproveitaram projeto do C919 para roubar tecnologias

COMAC C919 China
COMAC C919 Foto: COMAC/Reprodução

O setor de aviação é conhecido pela avançada tecnologia empregada, algo que muitas vezes é alvo de cópia por vários países, isso desde os primórdios da aviação, ainda na década de 30.

Mas a última notícia é bastante relevante para o mercado. Um estudo divulgado em um relatório da CrowdStrike apontou uma espionagem industrial da China, contra empresas dos EUA e Europa ligadas à Boeing e Airbus.

O relatório da CrowdStrike aponta que os dados foram obtidos por IPs roubados, derivado de uma atuação do Ministério da Segurança do Estado da China (MSS). A lógica é simples, o C919 tem componentes ocidentais, fornecidos por empresas dos EUA e Europa, logo eles utilizaram uma “brecha” no sistema dessas empresas para conseguir dados de outros aviões, da Airbus e Boeing.

Empresas envolvidas no projeto do C919.

O relatório aponta que essas tecnologias foram tomadas pela China entre 2010 e 2015, em um caso que envolve as empresas Ametek, Capstone Turbine, GE, Honeywell e Safran.

O caso foi descoberto porque a China tentou realizar uma invasão ao servidor da Anthem, descobrindo assim os hackers que utilizavam IPs falsos para acessar o sistema indevidamente. Vários hackers foram presos nos EUA e na Europa, de acordo com o governo.

Mas até esse momento o estrago já era bastante grande, alguns dados da Crowdstrike apontam que a China teve acesso a toda tecnologia de produção do novíssimo motor CFM Leap-1C, além de detalhes técnicos que possibilitaria a concepção e produção de um motor nacional de nova geração. Essa é a tecnologia mais avançada de uma aeronave atualmente.

Enquanto isso, a estatal COMAC sofre de falta de Know How para desenvolver o C919, que já teve sua primeira entrega adiada inúmeras vezes, e agora está prevista para 2021. A empresa utiliza mais protótipos que o comum, em comparação com a certificação do Airbus A320neo, e deve gastar um bom tempo para desenvolver sua nova aeronave, até a mesma entrar em serviço.

A COMAC também enfrenta uma dificuldade para aumentar sua produção de aeronaves mantendo a qualidade, provando que no mercado de aviação um simples roubo de tecnologia não garante liderança imediata para uma empresa.

 

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