A COMAC finalizou nos últimos dias os testes com o C919, sua aeronave de nova geração e recém-certificada, em aeroportos de alta altitude, utilizando algumas cidades chinesas para simular operações.

O avião utilizado foi o 5º protótipo fabricado pela empresa, e que participou do último voo de certificação, realizado em setembro. O C919 decolou de Xangai, onde fica a base da empresa, para o Aeroporto Aba Hongyuan (AHJ), que fica 3535 metros acima do nível do mar.

A COMAC também utilizou outro C919, de matrícula B-001G, para realizar voos também no planalto chinês durante uma semana, mas em agosto deste ano, pouco antes de receber a Certificação de Tipo.

O órgão regulamentador da China solicita que toda aeronave seja certificada no país para operar nos Aeroportos do Planalto Alto do país, com altitude acima de 2438 metros. Ao mesmo tempo, a tripulação e o avião deverão estar adequados para este tipo de operação.

Com os testes, a COMAC aprimora ainda mais as capacidades operacionais do C919, poucas semanas antes de entregar a primeira unidade fabricada em série para a China Eatern Airlines.

O C919 possui alcance de 4.075 quilômetros e podendo transportar até 168 passageiros a depender da configuração, a Comac aposta no C919 para o mercado doméstico, porém, existe a possibilidade de o avião enfrentar problemas na sua fabricação, sendo que peças importantes do projeto são de origem estrangeira, correndo o risco de sofrer sanções dos Estados Unidos e da União Europeia.

Apesar do otimismo por parte da China para a certificação da aeronave de produção nativa, o C919 poderá enfrentar dificuldades para a certificação por parte da FAA e EASA, situação semelhante com o ARJ21, avião voltado para o mercado regional e doméstico da China.

O C919 é a aposta da China para concorrer no mercado de corredor único dominado pela Airbus e a Boeing. A expectativa é de que a Comac avance no mercado de aviação da China em um primeiro momento para depois oferecer o C919 para outros países.

Especialistas sugerem que a frota total de aeronaves na China deverá ultrapassar a marca de 10.000 unidades até 2041, fatia que representará 20% da frota global.