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Combustíveis sustentáveis para a aviação: o quão preparados estamos? Honeywell responde

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Manuel Macedo, Presidente e CEO, Honeywell América Latina respondeu sobre o quão o setor está preparado para os combustíveis sustentáveis. Com o objetivo de mitigar o impacto ambiental de suas operações, o setor aeronáutico se comprometeu com a implementação de medidas  para reduzir a pegada de carbono no transporte aéreo.

Desse modo, os players mais importantes da indústria, agrupados principalmente na Associação Internacional de Transportes Aéreos (IATA, sigla em inglês), colocaram como meta atingir a neutralidade de carbono até 2050, contribuindo assim para a redução das mudanças climáticas.

De acordo com a entidade, foram identificadas ações que podem ajudar a atingir este objetivo, incluindo novas tecnologias de propulsão, tais como o hidrogênio ou a eletricidade, melhorias na eficiência dos voos, e captura de carbono. Sem dúvida, o setor reconheceu que cerca de 65% da meta só poderá ser atingida com a massificação do uso de combustíveis sustentáveis de aviação, o SAF, na sigla em inglês.

O que torna o SAF tão atrativo, entre outras coisas, é o fato de que seu uso não requer modificações nas aeronaves ou motores, e tampouco na infraestrutura existente, para a distribuição e abastecimento.

O setor aeronáutico contribui com ao menos 2,5% das emissões de carbono no mundo e é responsável por cerca de 12% das emissões geradas pelos meios de transporte. Diversas companhias aéreas dos EUA e da Europa utilizam SAF regularmente ou assumiram compromissos para aumentar seu uso de maneira substancial ao longo desta década.

Por sua parte, muitos governos impuseram ou vão impor a curto prazo  a obrigatoriedade do uso desses combustíveis sustentáveis em seus territórios.

 

Oportunidade para a América Latina

A principal razão deste auge é que, quando se compara com os combustíveis fósseis, o SAF pode reduzir em até 85% as emissões geradas nos voos e superar em vários casos os padrões de rendimento dos combustíveis convencionais.

Os planos da indústria e dos governos dos países desenvolvidos para o uso do SAF são muito ambiciosos se tomarmos em conta que, em 2019, um ano antes de a indústria se ver afetada pela pandemia, o SAF representava somente 0,1% do combustível utilizado.

Atualmente, a diferença entre a oferta e a demanda se mantém e isso afeta o preço do SAF, e em consequência, a rentabilidade das companhias aéreas. Atualmente, o SAF está mais caro que o combustível fóssil devido a uma combinação de disponibilidade de matérias-primas sustentáveis, e, principalmente, devido às poucas plantas de produção que operam no mundo.

É aqui que surge uma oportunidade para a América Latina: a nova geração de combustíveis sustentáveis para aeronaves pode ser baseada em uma ampla variedade de matérias-primas,  entre elas soja, óleo de palma, óleo reciclado de cozinha, gorduras animais e, logo, etanol e resíduos florestais. Todos são abundantes na região.

Neste sentido, é crucial que o setor privado considere o potencial econômico que existe na produção de SAF e de outros combustíveis avançados, tomando em conta que esses terão o maior crescimento global de demanda.

Por sua parte, os governos terão que levar em conta os benefícios ambientais dessas alternativas e definir, mediante ações claras e urgentes de política pública, se a América Latina se transformará em um importador ou exportador de SAF.

Um fator para apressar a tomada de decisões é o tempo que pode levar para a construção de uma nova planta de produção, que pode ser de cerca de cinco anos, enquanto a adaptação de uma refinaria de petróleo, para convertê-la em biorrefinaria, pode levar até três anos.

A boa notícia é que, em geral, os projetos de SAF em todo o mundo tendem a ser projetos de risco baixo a moderado, com grande apetite por parte dos investidores, e, dado seu caráter sustentável, com acesso muito fácil a financiamento institucional.

O quão preparados estamos para que a região se converta em um hub produtor de SAF? Atualmente, há muitos projetos de SAF em diferentes etapas na região, mas persiste alguma incerteza regulatória (o que acrescenta risco aos investimentos e demora para que sejam concretizados).

Alguns governos, como os do Brasil e da Colômbia,  assim como as organizações internacionais mais importantes do setor aeronáutico, estão analisando como promover a produção e o uso de SAF. Porém, o avanço é muito lento, se compararmos com a dinâmica do mercado global.

A transição da indústria aeronáutica para o uso do SAF é importante. Os benefícios ambientais para o planeta são indiscutíveis, os potenciais de rendimento para os países do ponto de vista de atração de investimentos e equilíbrio da balança comercial são muito atrativos, e o retorno do investimento esperado para os produtores é substancial.

A América Latina tem as condições para se transformar em um dos players mais destacados nessa nova cadeia de valor dos combustíveis avançados. Para isso, no entanto, ainda tem um grande caminho a ser percorrido – e que vai requerer ações decisivas e urgentes.

Tão decisivas e urgentes quanto a necessidade de atacar a preocupante realidade das aceleradas mudanças climáticas.

 

 

Via: Honeywell

 

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