Companhia aérea aciona Embraer na justiça por problemas no E190-E2

A companhia aérea Air Astana está movendo uma ação contra a fabricante brasileira Embraer por problemas no E190-E2. A empresa foi obrigada a suspender voos e aterrar todos os seus aviões do tipo, de acordo com o protesto da companhia.

As aeronaves foram aterradas depois de três incidentes com o Embraer 190-E2 desde 2019. A Air Astana fez as seguintes acusações: 

  • Componentes e sistemas essenciais foram mal instalados na aeronave, permitindo que ocorressem diversas falhas;
  • Interpretação de dados errônea desses sistemas;
  • Falhas na divulgação de diferenças sobre softwares da versão anterior da aeronave e o seu funcionamento, colocando em risco seus tripulantes e seus passageiros;
  • Atrasos não justificados para solucionar os problemas dos sistemas da aeronave.

A companhia afirma que suas aeronaves possui sistemas defeituosos e que causam falhas. O primeiro incidente ocorreu em junho de 2019, quando uma aeronave apontou falha no sistema anti-gelo. 

A tripulação seguiu as orientações previstas no manual, porém, o sistema travou os tubos na posição ‘desligada’ e fez com que houvesse uma queda de pressão na cabine. Devido à isso, máscaras de oxigênio foram acionadas. 

Na ocasião a tripulação desceu à 10 mil pés, altitude de segurança para retirar as máscaras de oxigênio e logo depois pousou em emergência no Cazaquistão. Na época, a Embraer emitiu um boletim de manutenção para atualizar o software do Embraer 190-E2 em questão. 

O segundo incidente foi em setembro de 2020, onde o E190-E2 emitiu um alarme de fumaça na cabine. Os pilotos seguirão o manual e desativaram todos os componentes eletrônicos, a tripulação alternou sua rota e pousou.

Segundo a Air Astana, os pilotos foram obrigados a pousar sem diversos sistemas como TCAS, Radar Meteorológico, Limitador de Ângulo de Ataque e Sistema de Transferência de Combustível.   

Na ocasião, a Embraer disse que o avião emitiu mensagens errôneas e reconheceu que o sensor da aeronave não foi capaz de distinguir uma fumaça de uma sujeira no sensor. 

O terceiro incidente ocorreu em novembro de 2020 com a aeronave emitiu um alerta sobre a temperatura do fluído hidráulico que estava muito acima do indicado. Logo após, o sistema indicou que o mesmo fluído estava abaixo dos níveis indicados e emitiu mais 11 novos alertas. 

As investigações na época indicaram que houve uma falha na bomba do motor, resultando no isolamento da energia causando falhas no sistema. Segundo a fabricante, as aeronaves já retornaram ao serviço depois de serem estacionadas em dezembro de 2020. 

Agora a Air Astana está acionando a Embraer para conseguir uma indenização pelos problemas enfrentados pelo E190-E2, e também pelo período que a aeronave não voou.

 

Em comunicado a Embraer disse:

“A companhia aérea com sede no Cazaquistão, a Air Astana, entrou com uma ação legal contra a Embraer no Estado de Nova York, com base em contratos e reclamações de garantia. A Embraer nega ter violado quaisquer obrigações para com a Air Astana e se defenderá vigorosamente contra todas as reivindicações apresentadas.

Em novembro de 2020, um Air Astana E190-E2 teve um problema técnico com um componente. Embora problemas como esse ocorram ocasionalmente, em nenhum momento isso constituiu um risco de segurança imediato e a aeronave pousou com segurança.

De acordo com os procedimentos padrão da indústria, a Embraer informou o fornecedor do componente e as autoridades de aeronavegabilidade. O problema foi abordado por meio de um Boletim Informativo que definiu um tempo de substituição reduzido para o componente, que foi transmitido a todos os operadores. Essa solução foi adotada pela ANAC, órgão regulador brasileiro, que emitiu a Diretriz de Aeronavegabilidade para a frota global E2.

A Air Astana está reivindicando compensação por sua decisão unilateral de suspender as operações das aeronaves. A Air Astana foi a única companhia aérea que suspendeu o uso de aeronaves E2, e o fez apenas temporariamente e desde então retomou todas as operações. Segurança é a prioridade número um da Embraer.

 A Embraer reconhece que este é um momento extremamente desafiador para o nosso setor, e ela tem ajudado e continuará a ajudar todos os operadores tanto quanto possível nestes tempos difíceis. A Embraer tem a reputação de ir ‘acima e além’ no atendimento a seus clientes, e a empresa já dedicou muitos recursos para auxiliar a Air Astana. Mesmo assim, a Embraer espera apresentar seu caso em tribunal.”

 

Fonte: Reuters

 

 

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