Companhias aéreas registram prejuízo de R$ 1,8 bi no 2º trimestre

As quatro principais empresas brasileiras de transporte aéreo público somaram, no 2º trimestre de 2018, prejuízo de R$ 1,8 bilhão, ante resultado de R$ 964 milhões negativos apurado no mesmo período do ano passado, conforme resultado consolidado do setor apurado nesta sexta-feira (05/10) pela Agência Nacional de Aviação Civil (ANAC).

Considerando o resultado acumulado no 1º semestre de 2018, o prejuízo foi de R$ 1,4 bilhão, valor 62% maior que os R$ 871 milhões negativos apurados no mesmo período de 2017.

Na comparação entre 2017 e 2018, a margem líquida das quatro principais empresas brasileiras de transporte aéreo passou de -5,4% para -7,6% no 1º semestre e de -12,5% para -20,3%, considerando-se apenas o 2º trimestre. No 2º trimestre deste ano, a Azul apurou prejuízo líquido de R$ 186,4 milhões e margem líquida de -9,3%; o prejuízo líquido da Gol foi de R$ 988,3 milhões, com margem líquida de -44,6%; o da Latam, de R$ 464,9 milhões, com margem líquida de -12,9%; e o da Avianca, de R$ 141,1 milhões e margem líquida de -15,0%.

A receita operacional líquida de Azul, Avianca, Gol e Latam cresceu 15,1% no acumulado até o 2° trimestre de 2018 (para R$ 18,6 bilhões), na comparação com o mesmo período de 2017 (R$ 16,2 bilhões).

Por seu turno, os custos dos serviços prestados pelas quatro empresas subiram 18,9%, atingindo R$ 16,6 bilhões em 2018, contra R$ 13,96 bilhões em 2017. Assim, com o incremento dos custos em percentual maior do que o crescimento da receita, o lucro bruto das aéreas brasileiras, em conjunto, caiu 8,5%, passando de R$ 2,24 bilhões no acumulado até o 2º trimestre de 2017 para R$ 2,05 bilhões no mesmo período deste ano.

No acumulado dos dois trimestres do ano, o EBIT (do inglês Earnings Before Interest and Taxes) das quatro empresas foi negativo em R$ 183,8 milhões, em especial devido ao 2º trimestre.

A margem EBIT do período passou de -0,5% no acumulado do 1º semestre de 2017 para -1,0% em igual período de 2018. Analisando-se apenas o 2º trimestre, o EBIT consolidado das 4 empresas foi negativo em R$ 852,5 milhões em 2018, com a uma margem EBIT de -9,7%, ante R$ 287,6 milhões negativos e margem EBIT de -3,7% no 2º trimestre de 2018. Latam, Gol, Azul e Avianca apresentaram EBIT negativo de R$ 234,7 milhões, R$ 148,5 milhões, R$ 210,1 milhões e R$ 259,2 milhões, com margem EBIT de -6,5%, -6,7%, -10,4% e -27,6%, respectivamente.

O resultado financeiro do 2º trimestre também apresentou piora no consolidado das principais aéreas brasileiras, saindo de R$ 772,9 milhões negativos para R$ 1,1 bilhão negativo. Latam e Gol pioraram seus resultados financeiros, com R$ 301,3 milhões negativos (+29,2%) e R$ 842,1 milhões negativos (138,2%), respectivamente, enquanto Azul e Avianca melhoraram com R$ 7,57 milhões (104,9%) e R$ 17,3 milhões (156%).

Ao se analisar o valor acumulado até o 2º trimestre, houve uma piora de 25,5%, de R$ 1,04 bilhão negativo em 2017 para R$ 1,3 bilhão negativo no consolidado das empresas em 2018. A Gol piorou o resultado negativo em R$ 506,1 milhões para negativo em R$ 985,7 milhões e a Latam de R$ 132,6 milhões negativos para R$ 280,4 milhões negativos, enquanto Azul e Avianca melhoraram seus resultados de R$ 306 milhões negativos para R$ 23,3 milhões negativos e de R$ 92,2 milhões negativos para R$ 11,7 milhões negativos, respectivamente.

Os ganhos e perdas com variação cambial tiveram um resultado líquido negativo de R$ 1,04 bilhão, tornando-se o item mais representativo do resultado financeiro líquido, seguido de despesas financeiras com juros da ordem de R$ 409 milhões negativos. Apenas a Avianca teve resultado líquido positivo com variação cambial, de R$ 45 milhões, enquanto a Gol foi a que registrou o resultado líquido mais desfavorável, de R$ 657,6 milhões negativos, nesse item.

O cenário macroeconômico do 2º trimestre foi marcado por altas nos indicadores atrelados aos custos mais significativos do transporte aéreo: preço do combustível e taxa de câmbio. Em trajetória de alta, o valor do litro do querosene de aviação, que correspondeu a cerca de 30% dos custos e despesas operacionais dos serviços de transporte aéreo no período, subiu 34,1% em relação ao 2° trimestre de 2017.

Por sua vez, a alta da taxa de câmbio foi de 12,2% na média de abril a junho, comparada a igual período do ano anterior. A cotação do dólar afeta os custos com combustível, arrendamento, manutenção e seguro de aeronaves, que, no 2º trimestre de 2018, corresponderam a aproximadamente 49% do total de custos e despesas operacionais do transporte aéreo.

No acumulado do ano até junho, as quatro principais empresas brasileiras de transporte aéreo contabilizaram aumento de 2,8% nas despesas operacionais, que saíram de R$ 2,26 bilhões no acumulado do 1º semestre de 2017 para R$ 2,33 bilhões em igual período de 2018. Nessa comparação, Azul, Avianca e Gol apresentaram aumento de gastos (+24,6%, +13,7% e +5,7%, respectivamente) e a Latam registrou redução (-12,0%). Considerado apenas o 2º trimestre, as quatro aéreas registraram aumento de 1,6% nas despesas.

 

Via – ANAC

 

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