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Conheça a GBU-57 MOP, a enorme bomba de quase 14 toneladas do bombardeiro B-2

EUA B-2 GBU-57 MOP USAF

O arsenal dos Estados Unidos conta com uma infinita quantidade de bombas de vários tipos e variantes para uma multiplicidade de missões. As SDB, Paveway e JDAM/LJDAM, bem como as bombas burras da série Mk.80, são as mais conhecidas e usadas no geral. 

No entanto, existe uma certa bomba “especial”, carregada exclusivamente pelo avião mais caro da frota norte-americana, o bombardeiro B-2 Spirit. Seu nome: GBU-57 Massive Ordnance Penetrator (MOP). Uma bomba de 30 mil libras (13.620 kg) e seis metros de comprimento, feita para atingir alvos importantes protegidos por bunkers extremamente reforçados. 

B-2 MOP GBU-57
Foto: Jim Mumaw/The Aviationist.

A história da MOP começa em meados de 2002, quando as companhias Lockheed Martin e Northrop Grumman (fabricante do B-2) estavam trabalhando juntas para desenvolver uma bomba do tipo. Todavia, problemas com orçamento paralisaram o projeto. 

Em 2003, os EUA e sua coalizão invadiram o Iraque alegando que o regime de Saddam Hussein possuía e iria empregar armas de destruição em massa. Análises das munições de penetração empregadas na guerra, como a BLU-109 , revelaram que sua capacidade era insuficiente para as missões que a USAF precisaria cumprir.

Sendo assim, a Força Aérea, através da Diretoria de Munições do seu Laboratório de Pesquisas (AFRL) contratou a Boeing em novembro de 2004 para desenvolver, testar  e fabricar a GBU-57 MOP. Este primeiro contrato foi avaliado, na época, em US$ 20 milhões. 

 

Testes

Em março de 2007 foram realizados os primeiros testes de explosão estática da ogiva da GBU-57. Os chamados “testes de letalidade em túnel estático” ocorreram de maneira bem-sucedida em um túnel da Agência de Redução de Ameaças de Defesa (DTRA), no Estande de Mísseis de White Sands, no estado do Novo México.

MOP durante os ensaios em White Sands. Foto: DoD.

Concluída esta etapa, foram realizados os testes de lançamento em voo com o B-52, entre novembro de 2007 e julho de 2008, para avaliar as capacidades de penetração e letalidade da bomba. A GBU-57 foi testada contra bunkers e túneis da DTRA, também em White Sands. 

B-2 lançando a MOP. Foto: USAF.

Apesar de ter sido lançada pelo B-52 durante os ensaios, a GBU não foi integrada nesta aeronave. 

 

Em serviço com o B-2

A partir de julho de 2007 a Northrop começou a integrar a MOP na sua plataforma de lançamento, o B-2 Spirit. Em setembro de 2011 a Boeing iniciou as entregas das 20 primeiras unidades operacionais da GBU-57, adquiridas pelo Comando de Ataque Global da USAF (AFGSC). 

A GBU-57 pesa quase quatro toneladas a mais que a GBU-43/B Massive Ordnance Air Blast – conhecida pelo apelido de “Mãe de Todas as Bombas” – e o B-2 consegue carregar duas ao mesmo tempo, uma em cada baia de armamento, totalizando 60 mil libras de carga útil. 

Veja no vídeo abaixo:

Sua ogiva original BLU-127B contém 5300 libras de explosivos, envoltos numa cápsula feita com liga de ferro e cobalto, desenvolvida especialmente para penetração de concreto reforçado. As variantes A/B, C/B e D/B trouxeram atualizações que não foram reveladas ao público.

Em 2016 a USAF já tinha algumas unidades da verão GBU-57E/B atualizada. Assim como a própria ogiva, não se tem detalhes sobre as novidades desta variante aprimorada, mas a USAF afirma que a sua capacidade de penetração foi aumentada. A resistência do fuso também teria sido aprimorada para garantir que a explosão não ocorra antes que a bomba  atinja o alvo. Ao mesmo tempo, a USAF não diz quantas GBU-57 tem em seu inventário, apenas que opera as versões A/B, C/B e E/B. 

Mockup da GBU-57 montado em um simulador da baia de bombas do B-2, usado para treinamento de pessoal de solo. Foto: USAF.

Dito isso tudo, voltamos a principal característica da GBU-57: a capacidade de destruir alvos em bunkers. Segundo os portais Global Security e The War Zone, uma GBU-57 pode atravessar quase 61 metros de concreto reforçado. O segundo site também destaca que por ser guiada por GPS, um B-2 pode atacar exatamente o mesmo local com duas GBU-57, aumentando as capacidades de penetração e destruição de alvos de grande valor, como depósitos de armas de destruição em massa e centros de comando e controle. 

No entanto, esta capacidade não foi adquirida de forma barata. O custo de desenvolvimento da GBU-57 MOP gira entre US$ 400 e 500 milhões, e seu preço de produção por unidade fica na casa dos US$ 3,5 milhões.

Apenas para se ter uma ideia de custos, uma bomba GBU-10 de 2000 libras e guiada por laser pode custar US$ 26.000. Já um kit JDAM, também guiado por GPS, gira em torno de US$ 22.000. 

Ainda assim, é importante destacar que as bombas das séries Paveway, JDAM e as novas e menores SDB tem um emprego infinitamente mais comum e flexível, podendo ser carregadas por quase todos os caças dos EUA, por exemplo. 

A GBU-57 MOP tem um emprego muito específico, em missões complexas que envolvem a destruição de alvos de grande importância, de interesse dos EUA e seus parceiros, o que justifica seu alto valor, sua característica estratégica e sua exclusividade de operação com o B-2, uma aeronave furtiva aos radares. 

 

 

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Gabriel Centeno

Autor: Gabriel Centeno

Estudante de Jornalismo na UFRGS, spotter e entusiasta de aviação militar.

Categorias: Artigos, Militar, Notícias

Tags: B-2 Spirit, Bombas, EUA, usaexport