Conheça o Tecnam P2006T – Primeira aeronave com motores Rotax homologada

Bimotor em voo...

Na aviação de pequeno porte, também conhecida como aviação geral, a regra da propulsão durante bons tempos foi ditado pelos motores Continental e Lycoming, porém de uns tempos para cá surgiu a Rotax colocando como alternativa motores totalmente diferentes do que já foi feito até então. Calma, eles continuam boxer, não ganharam cilindros em H e nem voltaram para o radial, mas a mudança ocorrida foi no modo de operação, com rotações mais altas, arrefecimento a água com temperatura de funcionamento controlada, podendo inclusive ser abastecido com gasolina automotiva em países em que a gasolina é realmente decente (aqui é um perigo).

Bimotor em voo...

Bimotor em voo…

Em configuração de asa alta, bimotor, cada motor com seus 98hp, totalizando quase 200hp de potência nas hélices que são bi-pá. Seu trem de pouso é retrátil e sua empenagem é convencional, sem cauda em T, otimizando assim a aerodinâmica da aeronave e ajudando a ter melhores desempenho quando em voo. Diríamos assim que seus números são impressionantes, talvez devido a velocidade de voo para a pouca potência da aeronave, ou seu refino de projeto que a deixa muito leve para a configuração utilizada (são 760kg quando totalmente descarregada), mas a seguir vai os números comentado, veja como a autonomia, velocidade de voo e pouco peso são para os 2 motores Rotax que a equipa.

Sua velocidade de cruzeiro é de em média 250km/h, trazendo isso para linguagens mais aeronáuticas é o mesmo que 135kn, para uma aeronave em que sua potência fica entre o Cessna 172 e o 182 é uma boa marca, mas a velocidade máxima pode chegar até a 287km/h. De autonomia ele é capaz de voar até 1184km antes de reabastecer, algo de 4,25 horas e 620 nmi, tudo isso é graças a seu tanque de 200 litros que aproveita a grande envergadura da asa (11,40m) para armazenar combustível dentro.

Motor Rotax que equipa a aeronave.

Motor Rotax que equipa a aeronave.

O que me chama mesmo é as características anormais do motor Rotax, não que ele seja ruim, muito ao contrário, é um motor presente em mais de 200 fabricantes de aeronaves em todo o planeta, esse em questão ao contrário de motores aeronáuticos ele tem base em motores automotivos, sua rotação máxima em 5800 rpm diz muito sobre isso, os motores aeronáuticos geralmente não costumam passar dos 3000rpm e boa parte deles é projetada com curso e diâmetro de pistões a modo de não ter muita velocidade média, o que causa essa baixa rotação. Logicamente a hélice não pode girar a velocidades tão altas assim por conta das pontas poderem entrar em velocidade supersônica, então se implementa uma caixa de redução logo na saída do motor que adequa a rotação de máxima eficiência do motor a de maior eficiência da hélice.

Entre outros detalhes está o resfriamento do motor misto por ar e a água no cabeçote, há possibilidade de ter injeção direta de combustível no lugar do duplo carburador. Apesar disso tudo a Rotax mantém algumas orientações em relação ao voo, como por exemplo evitar voos VFR Noturnos e sempre voar perto de espaços livres para um pouso de emergência. Além disso não há recomendação para uso em voos acrobáticos, mais que claro para a especificação do motor.

Em sua configuração de asa encontramos uma mista na combinação de asa reta + trapezoidal, na ponta da asa os winglets ajudam a diminuir o arrasto ocorrido na ponta da mesma quando as velocidades de voo estão um pouco mais altas. De aviônicos ele já contou com a opção de cabine toda analógica e hoje em dia com instrumentos digitais Garmin G1000 e backups analógicos, o Garmin G1000 oferece uma suíte de navegação com 2 telas e projeção de terreno a depender do mapa utilizado, ele é atualizado direto com o sistema da Garmin uma vez por ano.

Cockpit equipado com o Garmin G1000 de duas telas.

Cockpit equipado com o Garmin G1000 de duas telas.

Cockpit com instrumentos analógicos, famosos reloginhos.

Cockpit com instrumentos analógicos, famosos reloginhos.

Enquanto eu estava escrevendo essa postagem saiu a notícia que a LOT usará o TECNAM em sua escola de voo, a encomenda é para uma aeronave bimotora desse tipo, cerca de outras 15 aeronaves TECMAN de variados modelos equipam a escola de voo da AirFrance.

 

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