A próxima segunda-feira (31) é o último dia do prazo para a GOL Linhas Aéreas pagar uma dívida de US$ 300 milhões com a Delta Airlines. O montante é derivado de um empréstimo da GOL com a companhia norte-americana, porém, tem um banco como principal alvo.
A GOL pode não pagar o empréstimo, e neste caso a Delta que entrou como garantia do pagamento, e pode ter que desembolsar esse montante para evitar um calote duplo. Como garantia do pagamento, a Delta tem a participação da GOL na Smiles, que vale 954 milhões de reais e não paga o montante da dívida, de R$ 1,67 bilhão na cotação atual.
Assim como a GOL, a Delta também enfrenta uma alta queima de caixa por dia. Na GOL é de R$ 10 milhões para cada dia, já na Delta a queima é de 27 milhões de dólares por dia.
“A GOL está enfrentando queima de caixa constante sem possibilidades de refinanciamento”, disse Amalia Bulacios, que cobre a companhia brasileira para a S&P.
A companhia norte-americana justifica que precisa do montante para pagar a dívida, mesmo que esta custe um provável “sufocamento” financeiro da GOL.
A companhia brasileira tem provavelmente apenas 1,6 bilhão de reais em caixa, de acordo com cálculos da Reuters, insuficiente para quitar a dívida e continuar operando voos.
“Se a Delta fizer isso, estrangulará o caixa da companhia, colocará em risco a sobrevivência da companhia e se tornará acionista da Smiles, uma empresa que precisa da GOL para ter sucesso”, disse Ricardo Fenelon, ex-diretor da ANAC, para a Reuters. “Não faz muito sentido.”
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