No dia 9 de setembro de 2006, a Boeing dava um importante passo para alavancar a produção do 787, ao introduzir o cargueiro Boeing 747 Dreamlifter ou Boeing 747 Large Cargo Freighter para agilizar o transporte de peças do Dreamliner.
Curiosamente, antes de desenvolver este exótico 747, a Boeing utilizava o transporte por navios e estrada para o envio das peças, dificultando o uso de aviões cargueiros por conta do volume ou tamanho de algumas peças do 787, a exemplo das asas.
Para contornar a situação, a Boeing desenvolveu uma modificação especial para o 747-400, visando viabilizar o transporte de grandes peças do Boeing 787 Dreamliner oriundas da Itália e do Japão para os Estados Unidos via Charlestown, na Carolina do Sul e Everett, em Washington.
Apesar do primeiro voo ter sido em setembro de 2006, a certificação do tipo da FAA saiu apenas em junho do ano seguinte. Depois da fuselagem estendida, a principal modificação notória no Dreamlifter foi a retirada dos winglets para diminuir o excesso de vibrações na aeronave.
O fato de o Dreamlifter possuir um design pouco atraente, fez com que o presidente da Boeing na época, Scott Carson, pedisse desculpas para o designer do 747, Joe Sutter, por “lamentar o que fizemos ao seu avião“.
Ainda que o Dreamlifter tenha um conceito bastante semelhante com o Airbus Beluga para o transporte de peças e seções de fuselagem, este 747 modificado se diferencia do Beluga com a entrada do compartimento de cargas, com o carregamento pelo Dreamlifter sendo pela parte traseira.
O exótico projeto contou com o apoio da espanhola Gamesa Aeronáutica, Boeing Rocketdyne e um escritório da Boeing na Rússia, que viabilizaram a compra de 4 unidades do Boeing 747-400 para serem convertidos.
Com o avanço do projeto Dreamlifter, todas as modificações e adaptações foram feitas em Taiwan pela Evergreen Aviation Technologies Corporation, uma joint venture da EVA Air e a General Eletric, com os voos de testes realizados na planta de Boeing Field, em Seattle.
Não demorou muito, para que duas unidades convertidas do Dreamlifter estivessem prontas para operarem no ano seguinte, diminuindo o tempo do transporte das asas e demais peças do 787 de 30 dias para cerca de 8 horas. A Boeing passou a contar com a quarta unidade do Dreamlifter apenas em agosto de 2010.
Atualmente, a Atlas Air firmou um contrato para operar a frota do 747 Dreamlifter, tornando este avião cargueiro um importante pilar para o transporte de peças e cargas volumosas para a Boeing, incluindo o uso em voos humanitários para o enfrentamento da covid-19.
Com informações: Simple Flying
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