Duas agências denunciam defeito em software do Boeing 787

Foto - Boeing

De acordo com as agências de segurança aeronáutica de alguns países, a maioria dos Boeing 787 entregues sem ADS-B até o momento, contém problemas no software que informam ao controle aéreo a posição da aeronave com erros. Pelo menos até agora cinco aviões tiveram esse tipo de problema, o que levou algumas agências de segurança a colocarem o 787 em estado de atenção e restringir alguns tipos de uso do tráfego.

A questão veio à tona em dezembro do ano passado em um grupo de trabalho da ICAO focado em vigilância automática de ADS-B. A ICAO, desde então, narrou o problema em uma série de relatórios desde fevereiro desse ano até o final de novembro, que são publicadas online.

Boeing 787 9

Foto – Thompson/Columbia

A primeira manifestação contra o defeito foi do Controle Aéreo Canadense, que colocou os 71 Boeing 787 que fazem diariamente rotas para o Canadá em lista negra, que descreve limitações na separação de aeronaves devido ao erro de posição informado por alguns modelos sem ADS-B. Atualmente a Air Canadá opera com Boeing 787 em sua frota. A Austrália logo após também informou que iria limitar a operação aérea para o 787, e impôs um limite de 29 mil pés para aeronaves sem ADS-B, pressionada pela Jetstar que tem modelos sem ADS-B, a Air Services da Austrália acabou por permitir que os 787 operassem em separação padrão no espaço aéreo, apesar dos relatos já informados pela Jetstar junto à Boeing.

O Canadá relatou em julho de 2014 alguns problemas com o serviço de radar relacionado ao 787, para os controladores o informado era que a aeronave estava com um desvio de 70km de sua rota original, enquanto os pilotos tinham outras informações do computador de bordo, logo após o 787 voltou para sua posição de rota no radar do controle de tráfego. Quatro meses depois o controle aéreo da Austrália observou o mesmo acontecendo com um 787 da Jetstar e informou para autoridades da ICAO.

Our first Boeing 787 in its Jetstar livery_7

Situação da Jetstar é a mais complicada até o momento

Ambas as agências lançaram investigações separadas antes de descobrir que tinham testemunhado o mesmo problema enquanto participavam em dezembro 2014 da reunião do grupo de trabalho da ADS-B/ICAO. Mais tarde foi descoberto que o mesmo problema tinha sido registrado em outros locais de espaço aéreo, incluindo em Cingapura.  Quando chegou a esse ponto a Boeing foi chamada para participar da investigação. A empresa finalmente traçou a causa problema do sistema de transferência de dados do 787 com base em pacotes, que estava passando informações a posição da aeronave a partir do sistema de vigilância integrado ao transponder ADS-B, de acordo com documentos da ICAO.

Em casos raros, depois de passar por um ponto na rota, os pacotes de dados que chegaram ao transponder conteria qualquer latitude ou longitude da aeronave, mas não ambos. Nesses casos, o software do transponder ADS-B extrapolou a posição do 787 com base na faixa do que foi voado anteriormente, antes que ele fizesse uma curva planejada em um ponto fixo. Então a aeronave continuava a informar erroneamente sua posição até receber um pacote de dados contendo a latitude e a longitude da aeronave.

Cockpit Boeing 787...

Cockpit do Boeing 787…

“É importante compreender que este não é um problema de segurança”, disse a Boeing. “Os sistemas existentes, tais como radar fornece os dados necessários de posicionamento para o controle de tráfego aéreo, que permite a operação contínua e segura da frota.” A Boeing disse que a atualização de software irá “restaurar a funcionalidade completa ADS-B. A frota continua a operar de forma segura com separação de tráfego padrão”. O prazo máximo para implementação de acordo com a fabricante americana é até o final do primeiro semestre de 2016, os atuais Dreamliner que saem de fábrica já tem o defeito solucionado e não precisam passar pela atualização de software.

Fonte – FlightGlobal 

Tradução e modificação – Aeroflap

 

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