Em dois dias, China voa com 52 aviões militares perto de Taiwan

Shenyang J-16 China foguetes
Caças J-16 participaram das incursões de domingo e segunda-feira.

A China voltou a realizar grandes incursões na Zona de Identificação de Defesa Aérea (ADIZ) da vizinha Taiwan. Em dois dias, um total de 52 aviões militares de diversos modelos voaram na região, incluindo a primeira vez que o J-16D de guerra eletrônica participa de uma incursão.

A maior incursão de 2022 ocorreu no domingo (23), com 39 aeronaves circulando pela porção sudoeste da ADIZ. De acordo com o Ministério da Defesa de Taiwan, 24 caças J-16, 10 caças J-10, duas aeronaves Y-8 de inteligência eletrônica, dois Y-9 de guerra eletrônica e um bombardeiro H-6 adentraram a ADIZ. 

Já nesta segunda-feira (24), oito J-16, dois J-16D de guerra eletrônica, dois bombardeiros H-6 e um Y-8 de patrulha marítima estiveram na região sudoeste novamente, totalizando 13 aviões. Nas duas ocasiões a Força Aérea Taiwanesa enviou caças para acompanhar o movimento das aeronaves chinesas. 

Esta também é a primeira vez que o J-16D participa de uma operação do tipo. Revelado no Airshow China do ano passado, o J-16D é uma variante do caça multimissão J-16 especializada em missões de guerra eletrônica, como interferência, inteligência de sinais, escolta e supressão de defesas aéreas inimigas. 

A maior incursão registrada até o momento ocorreu em outubro de 2021. Na ocasião, Pequim enviou 56 aeronaves para a ADIZ de Taiwan, gerando comentários diplomáticos negativos.  

A nova larga operação ocorre depois que os EUA anunciaram grandes manobras no Mar da China Meridional, com a presença de dois porta-aviões nucleares e três navios de desembarque anfíbio, sendo um deles do Japão. 

Os grupos de batalha dos porta-aviões USS Abraham Lincoln e USS Carl Vinson realizarão exercícios, incluindo operações de guerra antissubmarino, guerra aérea e interdição marítima para fortalecer a prontidão de combate, disse a Marinha dos EUA comunicado no último domingo. 

“Operações como essas nos permitem melhorar nossa capacidade de combate credível, tranquilizar nossos aliados e parceiros e demonstrar nossa determinação como Marinha para garantir a estabilidade regional e combater a influência maligna”, citou o contra-almirante JT Anderson, comandante do grupo de ataque liderado pelo USS Abraham Lincoln. 

China e Taiwan se separam em 1949, mas a ilha — que recebe apoio de Washington através da venda produtos militares avançados — ainda é vista por Pequim como um território rebelde. A China já ameaçou por diversas vezes uma invasão em Taiwan caso seja declarada uma independência plena. 
 

 

Quer receber nossas notícias em primeira mão? Clique Aqui e faça parte do nosso Grupo no Whatsapp ou Telegram.

 


Estudante de Jornalismo na UFRGS, spotter e entusiasta de aviação militar.