Começou na segunda-feira (14) na Noruega o exercício Cold Response 22 (CORE 22), reunindo 25 países da OTAN e parceiros. Apesar de estar planejado desde novembro de 2021, o exercício multinacional ocorre ao mesmo tempo em que a Rússia trava uma sangrenta guerra na Ucrânia. 

Está é nona edição do CORE 22, um exercício realizado a cada dois anos pela Noruega. O objetivo é treinar o combate de alta intensidade no ambiente desafiador do ártico. A operação, que ocorre entre 14 de março a 01 de abril, reúne 50 navios de guerra, mais de 200 aeronaves de combate e 30 mil soldados no norte europeu. 

“Exercitar juntos é como otimizamos o que cada um de nós traz para a luta. Estamos comprometidos com a defesa coletiva de todas as nações da OTAN”, disse o General Jeff Harrigian, comandante do Comando Aéreo Aliado. “Integrar e treinar com nossos aliados e parceiros nos permite exercer nossas capacidades combinadas enquanto dissuadimos a agressão contra a OTAN”.

Os países participantes são Estados Unidos, Canadá, Dinamarca, Grã-Bretanha, França, Bélgica, Holanda, Itália, Grécia, Turquia, Alemanha, Espanha, Polônia, República Tcheca, Hungria, Estônia, Letônia, Lituânia, Romênia, Eslovênia, Croácia, Montenegro e Macedônia do Norte. Os países parceiros Finlândia e Suécia também participarão do exercício, além de outras agências civis. 

Essa integração inclui manobras de combate ar-terra e ar-mar, bem como caças aliados praticando seus procedimentos de escolta de bombardeiros, com os B-52 que estão desdobrados na Inglaterra.

Nas próximas semanas, as forças armadas aliadas e parceiras percorrerão a vasta região nevada, realizando exercícios de tiro real, operando em lagos gelados e integrando meios aéreos, terrestres e navais.

“Eles aprimorarão suas habilidades de treinamento no Ártico, garantindo que as forças armadas estejam preparadas para responder a qualquer ameaça ou crise. O CORE 22 está reunindo Aliados da Europa e da América do Norte, demonstrando o vínculo transatlântico duradouro no coração da OTAN.”

O cenário do exercício é artificial e fornecerá principalmente uma estrutura para retratar o caminho para a crise com adversários pares em todos os domínios (Forças do Norte vs. do Sul). O CORE 22 está dividido em três fases, com dois centros de comando conjunto.

• Fase 1 – começando com operações navais no Atlântico para obter acesso.
• Fase 2 – constitui-se de operações pesadas aéreas para permitir o pouso.
• Fase 3 – É o desembarque anfíbio e a batalha terrestre para restabelecer a integridade nacional. 
• Sede Conjunta Norueguesa (NJHQ) – é o QG do Exercício e
  comandará as Forças do Norte.
• O Comando da Força Conjunta da OTAN em Brunsum (JFCBS) liderará as
  Forças do Sul

O ministro da Defesa norueguês, Odd Roger Enoksen, disse: “Este exercício é extremamente importante para a segurança da Noruega e seus aliados. Vamos praticar um reforço aliado da Noruega. Não está sendo realizado por causa do ataque das autoridades russas à Ucrânia, mas dado o pano de fundo, há um significado maior”.

O Comando Aéreo Aliado também reforça que o Cold Response 2022 não tem relações com a situação na Ucrânia, dizendo que “O exercício deste ano está planejado há muito tempo e foi anunciado há mais de oito meses. Não está relacionado com a invasão não provocada e injustificada da Ucrânia pela Rússia, à qual a OTAN está a responder com medidas preventivas, proporcionais e não escaladas.”

“O bombardeio russo perto das fronteiras polonesas é preocupante porque os perigos de transbordamento para o território da OTAN são aumentados e a OTAN está pronta para defender seu território”, afirma Klaus Wittman, historiador e ex-general alemão.