Embraer está fazendo estudos para entrar no mercado de turboélices, de acordo com presidente

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Foto - Embraer

Em 2017 a Embraer deu o primeiro indício que já estudava uma entrada no mercado de aviões regionais à hélice, para concorrer diretamente com a ATR e a Bombardier.

“Eu continuo interessado em explorar o mercado de turboélice, mas posso garantir que não há planos imediatos para lançar qualquer programa de turbopropulsores”, disse John Slaterry em 2018 ele à Reuters.

Em uma entrevista para o portal Aviation Week, em 2017, Paulo Cesar Silva, naquela época Presidente e CEO da Embraer, assumiu que a fabricante brasileira pode desenvolver uma aeronave à hélice para o mercado regional.

“Estamos olhando para o mercado asiático, europeu e a América Latina”, disse Paulo Cesar Silva. “Estamos tentando avaliar tudo isso, não só tamanho, mas desempenho, compartimento de carga e novas tecnologias. Ainda precisamos de muito mais tempo, não há um prazo específico, e não temos pressa.”

E em uma coletiva de imprensa realizada hoje (27/05), pela Embraer/Boeing para o Paris Air Show 2019, o Presidente e CEO da Embraer, John Slattery, que também comanda a parte de aviação comercial da empresa, declarou que há possibilidade da empresa entrar novamente no mercado de aviões turboélice.

“Certamente não estamos lá hoje, mas é um mercado que continua me interessando, e também a minha equipe de liderança… há uma pesquisa muito significativa [acontecendo] em segundo plano”, disse John Slattery na coletiva desta segunda-feira.

Ele não forneceu mais detalhes sobre o tipo de produto, ou a quantidade de assentos da aeronave. Também não é possível saber se essa nova aeronave será inteiramente desenvolvida pela Embraer ou pela Boeing Brasil – Commercial, a nova empresa resultante entre a joint-venture com a norte-americana Boeing.

Slattery só forneceu um detalhe, a empresa está esperando mais estudos sobre propulsão híbrida (combustão-elétrica), que pode fornecer no futuro um novo patamar de desempenho aos aviões do tipo turboélice, isso praticamente paralisa a parte de engenharia de estudos da aeronave, mas não os de viabilidade do mercado.

Anteriormente Slattery disse que todos os engenheiros da companhia estarão disponíveis a partir de 2021, com o encerramento do programa de desenvolvimento do KC-390 e do E-Jet E2. A Embraer também tem várias aeronaves de “ficha limpa” no setor executivo, como os jatos Phenom e a família Legacy 450/500, não precisando desenvolver novas aeronaves a partir do zero para atender esse mercado.

Turboélice ATR 72-600 fabricado pela ATR, ele pode transportar até 78 passageiros.

Atualmente a ATR lidera esse mercado, e oferta duas aeronaves: O ATR 42-600 e o ATR 72-600, enquanto o primeiro leva até 50 passageiros (alta densidade), o segundo consegue transportar até 78 passageiros (alta densidade). Os dois são movidos por motores do tipo turboélice da Pratt & Whitney.

O último avião turboélice que a Embraer produziu em série, no mercado de aviação comercial, foi o EMB120 Brasília, com capacidade para até 30 passageiros. A aeronave não é mais produzida pela fabricante brasileira.

 

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