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Empresas de leasing ‘temem’ não conseguir retomar mais de 500 aeronaves da Rússia; jatos estão avaliados em US$ 10 bilhões

Aeroflot Rússia Aeronaves

Os conflitos causados pela Rússia na Ucrânia está impactando diversos setores, incluindo o da aviação. Nesse quesito, as empresas de leasing de aeronaves estão preocupadas com suas aeronaves na Rússia.

Com diversas sanções impostas contra a Rússia, as companhias aéreas estão proibidas de voar ou sobrevoar diversos países europeus e também nos EUA.

Agora as empresas de leasing estão buscando alternativas para retomar essas aeronaves antes que algo aconteça com as mesmas. Com a suspensão do fornecimento de peças para as aeronaves, as companhias podem acabar tirar peças de outros aviões.

Uma das empresas preocupadas com a possível não devolução das aeronaves é a Valkyrie BTO Aviation. Um cálculo feito pela Ishka, uma consultoria de aviação, mostra que pouco mais de 500 aeronaves estão alugadas à companhias russas. 

Ao todo, essas aeronaves estão com valor estimado em pouco mais de US$ 10 bilhões.

Dentro das sanções feitas pela União Europeia contra Rússia, as empresas de leasing podem retomar suas aeronaves até o dia 28 de março mas segundo a Valkyrie BTO Aviation, apenas 20 aviões foram retomados até o momento.

A Aeroflot, S7 Airlines e outras empresas russas seguiram as orientações do governo da Rússia de suspender suas operações internacionais e deixarem estocadas em solo russo suas aeronaves.

“O maior medo das empresas (de leasing) é que suas aeronaves tenham ido embora para sempre”. Afirma Steve Giordano, Diretor da Nomadic Aviation Group. 

Todo o setor foi pego de surpresa pelas autoridades russas descumprirem tratados e convenções internacionais, nas quais foram estabelecidas há décadas. 

Um dos tratados permite que as empresas de leasing de aeronaves que são detentoras dos aviões possam retomar seus bens em caso de inadimplência.

Além das medidas do governo russo de direcionar as empresas aéreas do país a operar voos apenas em território nacional ou para a Bielorrússia, as autoridades querem que os registros das aeronaves sejam alterados.

No entendimento das autoridades russas, as aeronaves que tem em sua maioria possuem registros das Bermudas, se foram alteradas poderão ter mais dificuldades para localizar e revogar os certificados daquelas aeronaves.

Buscando evitar esse tipo de problema, a Aircastle acrescentou uma cláusula sobre uma possível retomada do avião quando realizar uma escala na Cidade do México.

Airbus A321 da Aeroflot Manchester United Rússia Aeronaves
Airbus A321 da Aeroflot. Foto: Divulgação

“Foi uma pequena vitória, mas as portas estão se fechando”. Afirma Cristopher Beers, Chefe do Departamento Jurídico da Aircastle.  

Um exemplo foi de um Airbus A321 da Aeroflot que pertence a SMBC Aviation Capital, teve seu certificado suspenso pelo Governo das Bermudas porém a empresa de leasing não conseguiu evitar que a aeronave retornasse para a Rússia.

Outro fator importante nesse cenário é sobre a segurança e as condições que se encontram esses aviões. Se os registros forem alterados e os aviões enviados à Rússia, não se poderia comprovar a condição de segurança operacional dos mesmos.

“Se você não pode comprovar se alguma manutenção foi feita, você não pode comprovar se a aeronave é segura”. Afirma Chris Sponenberg, Vice-presidente da Wilmington Trust.

 

 

Com informações, O Globo.

 

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