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Erro do piloto é apontado como causa de acidente fatal com MV-22 Osprey

MV-22 Osprey USMC

Investigadores do Corpo de Fuzileiros Navais dos EUA (USMC) apontam o erro do piloto como a principal causa do acidente fatal com um MV-22 Osprey, em março deste ano. A aeronave caiu durante um treinamento multinacional na Noruega, matando os quatro tripulantes. 

O acidente com o MV-22B de callsign Ghost 31 ocorreu no dia 18/03, durante um voo de treinamento em suporte ao exercício Cold Response da OTAN, liderado pela Noruega. Durante a investigação, o USMC analisou diversos fatores para determinar a causa do evento fatal, apontando o erro do piloto como causador. 

O comunicado divulgado pela 2ª Ala de Aviação dos Fuzileiros (2nd MAW) descreve em detalhes os eventos daquele dia. A aeronave era tripulada por quatro militares: Capitão Ross A. Reynolds, piloto em comando; Capitão Matthew J. Tomkiewicz, copiloto; Sargento James W. Speedy, observador aéreo, e o Cabo Jacob M. Moore, chefe de tripulação. Todos faleceram. 

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Os militares do USMC mortos na queda do MV-22B. Foto: USMC.

O MV-22 Osprey havia decolado de Bodo, no norte da Noruega, para um voo de familiarização. Os pilotos conduziram pousos em locais confinados e retornaram à Bodo para reabastecer. Eles então decolaram para o sul, com um plano de voo aprovado e sob boas condições meteorológicas. 

Em determinado momento, a aeronave saiu da rota estabelecida no plano de voo. Às 16h22, o MV-22 entrou no no Vale Gratadalen. A investigação aponta que cerca de 1 minuto depois, a aeronave colidiu com a face leste do vale.

“A investigação concluiu evidentemente que o acidente foi resultado de uma série de manobras realizadas em baixa altitude através do Vale de Gratadalen que excederam o ângulo de inclinação máximo para um MV-22B Osprey, o que causou uma perda de altitude, velocidade e espaço de manobra da qual a tripulação e a aeronave não conseguiram se recuperar.”

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MV-22B decolando de Bodo durante o exercício Cold Response 2022. Foto: Lance Cpl. Elias E. Pimentel III – USMC.

A apuração também aponta, com base em dados coletados na aeronave, que as manobras à baixa altura incluíram uma curva à esquerda em um ângulo de inclinação de 68 graus, gerando perda de velocidade e altitude. O piloto tentou corrigir, de forma exagerada, com uma outra curva à direita, com ângulo de 80 graus, entrando em uma situação irrecuperável. 

O NATOPS (Manual de Padronização de Procedimentos Operacionais e Treinamento Aéreo Naval) afirma que o limite para o ângulo de inclinação para o Osprey MV-22B é de 60 graus. 

A investigação concluiu que o acidente ocorreu sob condições meteorológicas adequadas para aquele voo, “a tripulação era qualificada para a missão atribuída, a aeronave foi mantida adequadamente e aeronavegável, os requisitos de treinamento de mitigação de risco e treinamento pré-desdobramento foram atendidos e muitas vezes excedidos.”

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MV-22B Osprey. Foto: US Navy.

As autoridades ainda analisaram fatores climáticos e ambientais, treinamento em baixa altitude, erros na documentação de manutenção, inexperiência em ambientes montanhosos e uso de dispositivos de gravação. Elas concluíram que nenhum destes outros fatores contribuíram para o acidente. 

Entre janeiro e junho, o Corpo de Fuzileiros Navais registrou seis acidentes de Categoria A (a mais grave), resultando em nove mortes e a perda total de quatro aeronaves. Em junho, outro acidente com um MV-22B matou cinco militares. Este evento ainda está sendo investigado pelo USMC. 

 

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Gabriel Centeno

Autor: Gabriel Centeno

Estudante de Jornalismo na UFRGS, spotter e entusiasta de aviação militar.

Categorias: Militar, Notícias, Notícias

Tags: acidente, Fuzileiros Navais, MV-22 Osprey, usaexport