Dassault Mirage 2000D, versão de ataque ao solo do Mirage 2000N.
Enquanto seus pilotos treinam e aguardam pela chegada de caças F-16, a Força Aérea da Ucrânia (UAF) está de olho em outro jato de combate ocidental, o Dassault Mirage 2000. Um dos mais altos oficiais da organização sugeriu a versão de ataque do caça francês para operar ao lado de aeronaves já usadas pelo país na luta contra a Rússia.
Pelo Telegram, em uma mensagem onde fala sobre os desafios da transição de aeronaves de origem soviética para ocidentais, o Chefe do Estado-Maior da UAF, Tenente General Mykola Oleshchuk, levantou a possibilidade do Mirage 2000D ser transferido à Ucrânia para reforçar as capacidades do Su-24 Fencer. O oficial também mencionou o jato de ataque ao solo A-10 dos Estados Unidos.
“É claro que não poderemos abandonar imediatamente a operação de aeronaves soviéticas. Ao lado do F-16, o MiG-29 irá operar no céu. As capacidades de combate dos bombardeiros Su-24M podem ser reforçadas pelo Mirage 2000D e as aeronaves de ataque Su-25 pelo A-10 Thunderbolt II.”
“A prioridade hoje, claro, é o F-16, para o qual os pilotos ucranianos já estão sendo treinados. No entanto, nossos especialistas também estão estudando outras oportunidades para aumentar o potencial de combate da aviação em geral”, afirmou. Os F-16 devem chegar à Ucrânia no primeiro semestre de 2024.
Embora o envio dos Mirage para a UAF já tenha sido discutido antes, é a primeira vez que alguma autoridade menciona o Mirage 2000D especificamente. Desde o início do conflito, a Ucrânia tem solicitado a transferência de uma série de aeronaves do Ocidente. Em um de seus últimos pedidos aos Estados Unidos, representantes de Kiev pediram por caças F/A-18 Hornet e cargueiros pesados C-17.
Com relação aos jatos franceses, os ucranianos já tinham interesse por caças-interceptadores Mirage 2000C aposentados pela França, bem como um lote de Mirage 2000-5, uma variante multimissão, aposentados pelo Catar. A França ainda possui dois esquadrões que operam o Mirage 2000-5F, dedicado à missões ar-ar, que eventualmente darão lugar ao Rafale.
Baseado no Mirage 2000N já retirado de serviço, o Mirage 2000D mencionado por Oleshchuk é uma variante ainda em operação, utilizada em missões de ataque ao solo com armas convencionais ou inteligentes, como bombas guiadas por laser e mísseis de cruzeiro. Em serviço desde os anos 1990, a frota está passando por um processo de modernização, que integrará à plataforma novos armamentos, sensores e aviônicos.
Quanto ao A-10, essa também não é a primeira vez que o modelo é mencionado nesse contexto, sendo uma das aeronaves mais especuladas para ser transferida para a UAF. No entanto, nunca houve nenhum acordo para o envio dos aviões, ao contrário do F-16, ansiosamente aguardado pelos pilotos ucranianos.