Esquadrão Falcão celebra 10 anos de operação do H-36 Caracal na FAB

H-36 Caracal em treinamento de içamento de carga externa. Foto: Sgt. Johnson Barros/FAB.

O Esquadrão Falcão (1º/8º GAv), unidade de asas rotativas sediada na Base Aérea de Natal (Ala 10) realizou os 10 anos da implantação do helicóptero H-36 Caracal na FAB com uma palestra realizada no final do mês de abril.  

O 1º/8º emprega a aeronave em missões de transporte e busca e salvamento, como no resgate de um tripulante de um petroleiro que sofria de apendicite aguda no dia 17 de abril.

Durante a palestra, o Comandante do 1º/8º GAv, Tenente-Coronel Aviador Wankley Lima de Oliveira, apresentou a trajetória de implantação e operação do H-36 Caracal.

“Essa aeronave possui equipamentos embarcados que possibilitam o desenvolvimento de novas doutrinas de emprego, de forma a capacitar os operadores no cumprimento de missões até então inéditas para as Forças Armadas brasileiras, como é o caso das missões de reabastecimento de helicópteros em voo e das missões de resgate em alto-mar”, explicou o Tenente-Coronel Wankley.

A partir de 2011, a unidade recebeu oito helicópteros H-36 Caracal (Airbus H225M), substituindo os clássicos Bell UH-1H Iroquois. Os H-36 foram adquiridos no programa HX-BR, que também forneceu unidades para o Exército Brasileiro (HM-4 Jaguar) e Marinha do Brasil (UH-15 Super Cougar), além de transferência de tecnologia. 

Militares do Esquadrão Falcão assistem a palestra, ostentando o patch comemorativo dos 10 anos de operação do H-36 Caracal. Foto: FAB/Divulgação.

“A implantação do novo projeto foi a primeira experiência de aquisição conjunta de sistemas de defesa para uso das três Forças Armadas. Essa atuação conjunta se estendeu também para o suporte logístico, tornando-se uma oportunidade ímpar para o desenvolvimento dos conceitos de interoperabilidade nas áreas de logística e de operações”, explicou o Comandante da Ala 10, Brigadeiro do Ar José Virgílio Guedes de Avellar.

O 1º/8º GAV foi o primeiro Esquadrão de Asas Rotativas a iniciar o processo de implantação do H-36 na FAB, que incluiu desde a adaptação dos pilotos à aeronave bimotor até a formação dos mecânicos e padronização de procedimentos dos homens de resgate. Em 2014, o Esquadrão Falcão passou a operar exclusivamente o H-36. 

O Suboficial Mecânico de Aeronaves João Flavio Sousa de Oliveira, que serve há 22 anos no Falcão, é inspetor e operador de equipamentos, e participou da transição entre as duas aeronaves. “O H-1H era uma máquina muito boa, mas tinha suas restrições, como a baixa autonomia. O Caracal tem uma capacidade de carga externa muito maior, possui dois guinchos, o elétrico e o hidráulico, o que proporciona mais segurança nas operações”, contou.

O H-1H do Falcão em operação de carga externa. Foto: FAB/Divulgação.

A nova máquina trouxe ao Esquadrão Falcão maior autonomia de voo, mais segurança para a tripulação, sistemas de guerra eletrônica como os flares, contramedidas para mísseis guiados por calor, possibilidade de voo por instrumentos e voos noturnos.

Além disso, a versatilidade desse helicóptero é fator de destaque, por sua capacidade de executar resgates rápidos, ainda que longe de bases de apoio, ampliando a capacidade de operação nas missões de Força Aérea cumpridas até então pelo 1º/8º GAV.

“Diante dos desafios que temos com a Dimensão 22 (área de 22 milhões de quilômetros quadrados sob responsabilidade da Força Aérea) , a utilização de helicópteros com a capacidade do H-36 é um diferencial para a FAB”, completou o Comandante da Ala 10.

H-36 Caracal içando a fuselagem de um AT-26A Impala durante um treinamento no Campo de Provas Brigadeiro Velloso. Foto: Sgt. Johnson Barros/FAB.

Atualmente, o Esquadrão Falcão possui a certificação para realizar Reabastecimento em Voo com apoio da aeronave C-130 Hércules, missão que aumenta a capacidade de deslocamento do helicóptero.

Tenente no 1º/8º GAV na época da implantação do projeto, o Oficial de Operações da Unidade Aérea, Capitão Aviador Leir Gomes de Oliveira, acumula vasta experiência na operação da aeronave.

“Nossa operação demanda muito estudo, muita dedicação, não é algo simples. A gente chega muito novo no Esquadrão, nem cria essa expectativa toda de chegar tão longe, mas é extremamente gratificante”, pontuou o Capitão Leir.

Militar do Esquadrão Falcão trabalhando com o guincho lateral da aeronave em um exercício conjunto com a Marinha do Brasil. Foto: FAB/Divulgação.

Para ele, o mais marcante nesses dez anos operando o H-36 Caracal foi atuar como Homem de Resgate. O Capitão destacou uma missão em alto-mar, realizada em 2015 para salvar um pescador que havia sofrido um infarto a bordo de um navio pesqueiro.

“Na época era algo muito novo, foi um resgate extremamente complexo. Então, utilizar uma plataforma dessa, colocar em prática todo o conhecimento, as horas de dedicação longe da família e trazer uma vida de volta, não tem preço”, enfatizou o Oficial de Operações do Falcão, que é um dos primeiros pilotos da FAB capacitados para operar missões REVO com o H-36 Caracal.

H-36 em REVO com um KC-130M Hércules. Foto: FAB/Divulgação.

Via Força Aérea Brasileira

 

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Estudante de Jornalismo na UFRGS, spotter e entusiasta de aviação militar.