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EUA liberam fronteiras para pilotos brasileiros em treinamento

American Airlines EUA Estados Unidos

Medida visa atrair profissionais de aviação que desejam trabalhar na América

Ainda não há previsão da reabertura total das fronteiras entre Brasil e Estados Unidos, especialmente com o avanço da variante delta da Covid-19. Entretanto, uma categoria de profissionais brasileiros já pode começar a planejar a próxima viagem para a América: pilotos aéreos em treinamento.

Isto porque o governo americano decidiu retirar a necessidade de quarentena para profissionais de aviação que estejam viajando aos EUA para serem treinados nos Centros de Aviação Civil dos EUA.

Com a nova medida, aprovada no início de 2021, o piloto brasileiro interessado em obter ou renovar sua carteira de habilitação de voo nos EUA precisa obter uma carta de autorização na Embaixada ou Consulado Americano no Brasil que emitiu seu visto para solicitar a entrada no país, além do passaporte brasileiro e visto americano válido e da apresentação de um teste negativo de Covid-19.

Por trás desta decisão das autoridades americanas, existe um ambicioso projeto de atração, a longo prazo, de pilotos brasileiros que desejarem atuar no mercado de trabalho dos EUA, que há quase dez anos vem sofrendo uma escassez sem precedentes de profissionais de aviação.

Nos Estados Unidos, pilotos de linhas comerciais recebem remunerações que variam de 300 a 400 mil dólares anuais, além de excelentes benefícios de saúde e planos de aposentadoria. Curiosamente, mesmo com este cenário favorável, as companhias aéreas americanas encontram extrema dificuldade para a contratação de pilotos.

Em 2020, a Boeing estimou que existe um déficit de 15 mil profissionais no setor de aviação do país, e que serão necessários cerca de 250 mil novos pilotos para suprir esta escassez. Estatísticas preocupantes que tendem a se agravar na próxima década.

Hoje em dia são poucos os jovens americanos que decidem ingressar na carreira de piloto, principalmente devido aos altos custos acadêmicos e de obtenção de licenças envolvidas. Esta falta de renovação de profissionais ainda é agravada quando levado em conta que cerca de 40% dos pilotos em atividade nos EUA irão se aposentar nos próximos anos.”

“Outro fator que contribuiu para o aumento desse problema foi a ascensão de companhias aéreas asiáticas e do mundo árabe, como a Fly Emirates e a Qatar Airways, que além de oferecerem salários muito acima da média do mercado ainda “seduzem” pilotos estrangeiros com a isenção de diversos impostos. Uma considerável parcela de pilotos americanos ingressou nestas companhias desde o início dos anos 2000, aumentando o déficit da profissão nos EUA” – explicou Rodrigo Costa – especialista em mercado de trabalho dos EUA.

Sem conseguir gerar uma quantidade interna de pilotos que resolva estes problemas, os Estados Unidos recorrem ao talento de profissionais estrangeiros que queiram contribuir com o mercado de trabalho do país. E para incentivar a chegada de pilotos aos EUA, o governo americano classificou esta profissão como de interesse nacional e estratégico do país, facilitando o processo de imigração para pilotos estrangeiros.

Com a recente medida de flexibilizar a entrada de pilotos brasileiros em treinamento, os EUA apostam na futura permanência e ingresso destes profissionais no mercado de trabalho americano, exatamente para combater esta escassez.

Sem dúvida, pilotos brasileiros que desejam se mudar para os Estados Unidos nos próximos anos encontrarão muitas oportunidades de trabalho no país. A aviação americana já se encontra em recuperação plena, após os prejuízos causados pela pandemia em 2020, com crescimento de 33% no primeiro semestre de 2021.

Enquanto isso, o mercado de aviação brasileiro não apresenta sinais de melhorias. Somente no fim de 2020, cerca de 3.700 pilotos e comissários de bordo foram demitidos pela LATAM.

Além disso, outras companhias, como a GOL, Avianca e Azul também passam por problemas semelhantes devido ao prejuízo causado pela pandemia, que já registra um prejuízo superior a 90 bilhões de dólares se somados todos os mercados e companhias aéreas do planeta.

“O Brasil é tradicionalmente um país que produz excelentes pilotos de avião e de profissionais das demais áreas técnicas ligadas a aviação. Este perfil do profissional brasileiro de aviação é extremamente desejado nos Estados Unidos, que tem dificuldade em encontrar pilotos, tanto em quantidade como em qualidade no país” – apontou novamente Rodrigo Costa, que também é CEO da AG Immigration, companhia que assessora em processos de green cards.

 

Via: AG Imigração

 

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