EUA revelam F-35 para representar aviões da China em treinamento

F-35 Aggressor EUA China
O F-35A será usado pelo 65º Esquadrão Agressor para representar aviões chineses. Foto: Airman 1st Class Josey Blades/USAF.

A Força Aérea dos EUA (USAF) apresentou na quinta-feira (09) o seu primeiro caça stealth F-35 a ser usado como um avião aggressor. A aeronave será operada pelo reestabelecido 65th Aggressor Squadron, onde representará aviões avançados da China, como o J-20. 

A cerimônia de reativação da unidade, realizada na Base Aérea de Nellis (Nevada), contou com a presença do avião, um F-35 dos primeiros lotes e sem capacidades de combate. O caça recebeu uma pintura com tons de cinza claro e escuro, já adaptada com os revestimentos absorventes de radar (RAM). 

O 65th AGRS voou o F-15 Eagle de 2005 até sua desativação em 2014, mas agora volta com uma missão específica: replicar as capacidades avançadas de poder aéreo que estão surgindo da China, voando exclusivamente com os F-35A. 

Foto: Airman 1st Class Josey Blades/USAF.

“Devido à crescente ameaça representada pelo desenvolvimento de caças de quinta e sexta geração da RPC [República Popular da China], devemos usar uma parte de nossa aeronave diária de quinta geração hoje em Langley, Elmendorf, Hill, Eielson e agora Nellis, replicar as capacidades adversárias de quinta geração”, disse o comandante do Comando de Combate Aéreo Gen. Mark Kelly. “Precisamente porque temos essa ameaça credível, quando replicamos um adversário de quinta geração, isso deve ser feito profissionalmente. Esses são os aggressors.”

Segundo o The War Zone, o esquadrão será equipado com F-35s de produção inicial, incluindo o que foi apresentado na quinta-feira. A aeronave em questão foi inicialmente entregue ao 422º Esquadrão de Teste e Avaliação, também de Nellis, em 2013. 

“Há discussão sobre pegar F-35s e colocá-los em uma unidade agressora, mas o fato é que temos alguns F-35s mais antigos que nunca serão postos em combate – vamos pegar esses ativos, diminuir parte de sua capacidade e torná-los uma representação perfeita das ameaças chinesas”, explicou o Coronel Scott Mills, Comandante do 57º Grupo de Operações. 

“Nellis chegou a um ponto de virada. Estamos nos concentrando nas ameaças de ponta, nas missões de ponta”, afirma o Oficial. 

“Os próprios agressores representam um enorme conglomerado de especialistas no assunto, que se concentram principalmente na Rússia e na China. O 65º se concentrará na China, e estamos falando sobre doutrina, seu treinamento e suas capacidades, de modo que, quando [o 65º AGRS estiver] voando, estejamos realmente modelando o desafio de ritmo o mais próximo possível. Usar o F-35 como aggressor permite que os pilotos treinem contra ameaças pouco observáveis ​​[furtivas] semelhantes às que os adversários estão desenvolvendo.”

O programa de aviões aggressors (ou adversaries como são chamados na Marinha) começou na década de 1970, para fornecer aos pilotos a oportunidade de treinar contra uma força agressora dos EUA que replicava táticas adversárias avançadas e confiáveis. Desde então, as capacidades dos adversários melhoraram significativamente, assim como a necessidade de replicar essas ameaças.

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Caças F-16 e F-15 do 64 e 65th AAGRS voando juntos. Foto: Master Sgt. Kevin J. Gruenwald/USAF.

Os F-35 serão empregados em grandes exercícios da Força Aérea de Combate, missões da Escola de Armas da Força Aérea dos EUA (equivalente à TOP GUN da Marinha), exercícios conjuntos, como o Red Flag, e eventos de teste e avaliação operacionais que são realizados apenas na Base Aérea de Nellis e no Campo de Teste e Treinamento de Nevada.

 

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Estudante de Jornalismo na UFRGS, spotter e entusiasta de aviação militar.