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FAA retarda a certificação do Boeing 777X por incidente e problemas no projeto

A Administração Federal de Aviação dos EUA (FAA) negou que a Boeing continue avançando na certificação do 777-9X, após alguns problemas encontrados durante os testes.

Em uma carta enviada pela FAA à Boeing, de 13 de maio, e publicada pelo The Seattle Times, a agência alertou a Boeing que pode ter que aumentar o número de voos de teste planejados e que a certificação pode ser encerrada provavelmente no final de 2023.

A carta nega à Boeing uma aprovação específica para o 777-9X, chamada de prontidão de “Autorização de Inspeção de Tipo”. Sem isso, a Boeing não pode colocar o pessoal da FAA em testes de voo e começar a coletar dados de certificação.

“A aeronave ainda não está pronta”, disse Ian Won, o gerente do escritório local da FAA. “Os dados técnicos exigidos para a certificação de tipo não chegaram a um ponto em que pareça que o projeto do tipo de aeronave está maduro e pode-se esperar que atenda aos regulamentos aplicáveis.”

 

Problemas nos aviônicos e incidente em voo

Boeing 777X Aeronaves

A FAA cita que há várias preocupações sobre o 777X, uma abrange o projeto da aeronave, que ainda precisa evoluir antes da próxima etapa, especialmente na parte de aviônicos. De outro lado, a FAA cobra da Boeing uma justificativa de um incidente em voo, durante um dos testes.

Este incidente envolve os aviônicos do 777X, e ocorreu durante um voo de testes no dia 08 de dezembro de 2020. Na ocasião, o avião experimentou um “evento de inclinação do nariz não comandada”, de acordo com a FAA, significando que o nariz da aeronave inclinou-se abruptamente para cima ou para baixo sem intervenção dos pilotos.

A FAA ainda aguarda uma investigação da própria fabricante sobre o motivo desse comando indevido. A demora da fabricante também pode comprometer a avaliação da FAA sobre os aviônicos da aeronave.

Foto – Divulgação

A Boeing disse que o avião pousou com segurança, e que os engenheiros investigaram a causa do problema e desenvolveram uma grande atualização de software para corrigir tudo. A FAA não aprovou ainda a modificação, e os pilotos de testes estão trabalhando com uma recomendação especial para evitar este tipo de comportamento.

Ian Won também disse à Boeing que um sistema crítico de aviônicos proposto para o avião não atende aos requisitos.

A FAA separadamente destaca a preocupação com um novo componente crítico da aviônica do 777X, o Common Core System (CCS), um conjunto de recursos de computação compartilhados essenciais para o funcionamento de vários sistemas do avião. Este é o “computador central” da aeronave, de acordo com a GE.

“A Boeing está propondo modificações que envolverão mudanças de firmware e hardware nos componentes eletrônicos dos controles do Sistema de Controle de Voo”, afirma a FAA. “A Boeing precisa garantir que as mudanças não introduzam novos modos de falha inadvertida.”

Outras modificações pendentes no projeto está envolvendo o profundor do 777X, que controla a inclinação vertical do avião (pitch).

“A maturidade do projeto está em questão, pois as mudanças no projeto são contínuas e potencialmente significativas”, afirma a carta.

 

Atrasos nas entregas

Um funcionário da FAA, que pediu para não ser identificado, disse ao Seattle Times que o empecilho para a certificação 777X é agora “assunto de muita atenção” em altos escalões, tanto dentro da FAA quanto na Boeing.

O atraso na certificação pode levar a primeira entrega para 2024, além de possivelmente, devido ao número de alterações no projeto, demandar muitas modificações nos aviões em série já fabricados pela Boeing.

Boeing 777X da Emirates na linha de produção.

Em um comunicado na sexta-feira, a Boeing disse que: “Permanece totalmente focada na segurança como nossa maior prioridade em todo o desenvolvimento do 777X. O avião está passando por um programa de testes abrangente para demonstrar sua segurança e confiabilidade… para garantir que atendamos a todos os requisitos aplicáveis”.

“A FAA não aprovará nenhuma aeronave a menos que ela atenda aos nossos padrões de segurança e certificação”, disse a FAA em nota para o Seattle Times.

 

Via: Seattle Times

 

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