Falha em motores de aeronaves da IndiGo pode ter relação com modo de uso

A IndiGo está sofrendo ultimamente com algumas falhas constantes em seus motores PW1100G, da Airbus, sendo praticamente a única companhia aérea indiana que sofre com falhas no motor da Pratt & Whitney, que já demonstrou vários problemas antes, corrigidos pela fabricante.

Em apenas 7 dias a companhia enfrentou quatro falhas na turbina de baixa pressão (LPT) do motor PW1100G, com outros problemas nos dias 24, 25 e 26 de outubro, em aeronaves diferentes.

Os motores afetados parecem desenvolver problemas após 2900 horas de uso.

Os problemas com os motores PW1100G levaram até mesmo o órgão regulador de aviação na Índia a tomar uma atitude: Exigir a inspeção e substituição de 196 motores de 98 aeronaves Airbus A320neo.

Mas uma investigação posterior apontou que o método de uso dos motores pelos pilotos da companhia aérea, uma determinação do departamento de desempenho, pode ter causado o desgaste prematuro dos componentes internos.

Em detalhe, motor da Pratt & Whitney equipando um Airbus A320neo.

De acordo com a Diretoria Geral de Aviação Civil da Índia (DGCA), os motores PW1100G foram submetidos a um regime de uso em altíssima potência durante o período de subida do voo, logo após a decolagem.

A companhia implementou esse tipo de procedimento para garantir que seus voos estejam o maior período possível em nível de cruzeiro, economizando combustível e diminuindo os custos da empresa.

De acordo com o DGCA, essa prática da empresa fez com que os motores funcionassem por um período maior do que o recomendado com potência entre 90 a 100%, exigindo bastante dos componentes, que trabalharam em uma temperatura alta no escape e na turbina por um longo período de tempo, resultando na troca antecipada dos mesmos.

Os dados foram estatisticamente comparados com a GoAir, concorrente da IndiGo, que implementa um procedimento padrão de subida, com menor potência em comparação com a IndiGo. Em contrapartida, a companhia enfrenta um nível menor de falhas nos seus motores PW.

No início de novembro , a DGCA ordenou que o IndiGo substituísse os motores em toda a sua frota Airbus A320neo, composta por 98 aeronaves no total. O IndiGo tem apenas 13 semanas para concluir a substituição dos motores de todos os seus Airbus A320neos. Até agora, a empresa substituiu apenas 86 motores, deixando 110 para serem substituídos até 31 de janeiro de 2020.

 

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